Dólar cai a R$ 5,45 e Bolsa tem alta pela sexta vez seguida

A Bolsa de Valores de São Paulo teve nesta terça-feira (13) o sexto pregão consecutivo de alta e ultrapassou a barreira dos 132 mil pontos. O Ibovespa fechou o dia em valorização de 0,94% atingindo 132.349,22 pontos, conforme dados preliminares. Com essa marca, o índice se aproxima do pico histórico, que foi de 134,4 mil, atingido no último pregão de 2023. O dólar caiu 0,84%, indo a R$ 5,449. O Turismo ia a R$ 5,666.

O que aconteceu?

Falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, ajudaram o Ibovespa a subir. Na segunda (12) ele afirmou que a possibilidade de aumento de juros, prevista na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), está na mesa, a despeito de algumas interpretações do mercado. Galípolo é cotado para ser o novo presidente do BC a partir do ano que vem.

Na Câmara dos Deputados, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também defendeu a atuação da autoridade monetária. Ele afirmou que as decisões sobre a taxa Selic buscam direcionar a inflação para o intervalo da meta e tirar o peso do bolso da população mais pobre.

Isso animou os investidores, por contraditório que pareça ser. Juros altos não são bons para as empresas da Bolsa. Mas com cada vez mais chances de o Federal Reserve, o banco central americano, cortar a taxa dos EUA em setembro, uma Selic mais alta aqui pode atrair dólares para o país. Também ajudaria no controle do câmbio e da inflação.

E as chances de cortes estão cada vez maiores nos EUA

Nesta terça, saiu o índice de preços ao produtor (PPI na sigla em inglês) dos Estados Unidos. O PPI subiu 0,1% em julho na comparação mensal, após ter registrado alta de 0,2% em junho, informou nesta terça-feira (13) o Departamento do Trabalho.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice também desacelerou para 2,2%, após registrar 2,7% em junho. A alta mensal foi menor que a esperada pelo mercado, de 0,2%. Para o indicador em 12 meses, também era esperada uma inflação mais intensa, de 2,3%.

Amanhã, quarta-feira (14), saem novos números da inflação americana. Serão divulgados pela manhã os dados de inflação do mês de julho. A própria expectativa por um corte de juros americanos também faz a moeda americana perder força no mundo todo.

Dados bons aqui também

Outro fator que ajudou o Ibovespa nesta terça foi a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). O volume de serviços no país avançou 1,7% em junho, na comparação com maio. Com o resultado, o setor atingiu o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2012. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor está 0,5% acima do patamar recorde anterior, de dezembro de 2022, e 14,3% acima do nível pré-pandemia. Isso quer dizer que a economia brasileira está aquecida.

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A alta da Bolsa aconteceu a despeito da queda no preço dos minérios. O valor internacional do minério de ferro, por exemplo, caiu 1,1%, para US$ 98,25. Por isso, as ações da Vale (VALE3) não tiveram um bom dia e fecharam em queda de 0,32%, indo a R$ 56,59, conforme dados preliminares.

E o dólar?

Um dos fatores que puxou para baixo a moeda americana é um feriado no Japão. O país oriental festeja de 13 a 15 de agosto a festa de Obon, um evento budista.

Por isso existe uma trégua no desmonte de operações de "carry trade". Isso provocava uma saída muito grande de divisa estrangeira do Brasil e consequentemente a desvalorização do real.

Além disso, mesmo com as altas das taxas e a apreciação do iene, a moeda japonesa voltou a cair. No mês passado, o Banco Central Japonês elevou os juros e forçou a valorização da moeda local. "No entanto, considerando a mínima intradiária de 5 de agosto até a manhã desta terça-feira, a moeda japonesa já perdeu cerca de 4% de valor em relação ao dólar", diz André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, plataforma de transferências internacionais.

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