Eleições indicam inflação e juros mais altos nos EUA, diz Campos Neto

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (13) que as propostas dos principais candidatos para a presidência dos Estados Unidos abrem caminho para mais inflação. A avaliação, feita durante apresentação na Câmara dos Deputados, considera o cenário como prejudicial para a redução dos juros no país e a economia global.

O que aconteceu

Campos Neto disse que pleito dos EUA "leva a crer" que a inflação vai ser mais alta. Ele cita especificamente as propostas de afrouxamento fiscal, restrição da imigração e a criação de um imposto de 10% para barrar as importações. "Os dois lados têm dito que vão atuar em relação ao que acontece com a China", observa.

Promessas de campanha nem sempre são realizadas, mas isso pode significar uma dificuldade maior de os Estados Unidos trabalharem com uma inflação mais baixa e, consequentemente, ter juros parecidos com o que tinha antes da pandemia, que é o que o mundo gostaria de ver.
Roberto Campos Neto, presidente do BC

Para o presidente do BC, as previsões de inflação valem para a vitória de qualquer um dos candidatos. "Independentemente de Democrata ou Republicano, a gente tem esse elemento em comum", destaca. A eleição, a ser realizada no dia 5 de novembro, traz o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente, Kamala Harris, como postulantes à Casa Branca.

Cenário pode reverter expectativa de queda dos juros nos Estados Unidos. Para Campos Neto, a decisão prevista para setembro tem capacidade de trazer um impacto positivo para a economia nacional. "Existe uma sincronia como o que acontece nos Estados Unidos", diz o presidente do BC.

Ele também prevê que eventual recessão nos EUA seria negativa para o mundo. Diante dos temores recentes, o presidente do BC avalia que a queda da atividade econômica norte-americana foi estimada com a possibilidade de queda rápida da taxa de juros. "Se tivemos uma desaceleração norte-americana lenta e organizada, não devemos passar por esse movimento de desorganização que o mercado teme", explica ele.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.