Lucro líquido da Vale recua 15% no 3º trimestre, para US$ 2,4 bilhões

A Vale divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2024 na noite desta quinta-feira (24). No documento, a empresa relata queda de 15% de seu lucro líquido, na comparação com o mesmo período do ano passado. A companhia atribui o resultado negativo à queda no preço do minério de ferro e à atualização do valor das indenizações para as vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG).

O que aconteceu

Lucro líquido da Vale recua no terceiro trimestre, para US$ 2,41 bilhões. O desempenho é 15% inferior ao lucro de US$ 2,84 bilhões registrado pela companhia no mesmo período do ano passado. Apesar de negativo na comparação anual, o resultado supera as expectativas de analistas da LSEG, que previam lucro de US$ 1,68 bilhão.

Receita líquida da mineradora alcançou US$ 9,55 bilhões. O valor é 10% inferior ao apurado no terceiro trimestre do ano passado (US$ 10,62 bilhões). No período, os custos e despesas totais foi de US$ 6,8 bilhões.

Ebitda ajustado da mineradora desabou 18% ante o mesmo período de 2023. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação totalizou US$ 3,61 bilhões entre julho e setembro. No ano passado, o resultado do terceiro trimestre foi de US$ 4,43 bilhões.

A companhia atribui os resultados negativo à queda de preço do minério. Segundo a Vale, o valor médio de US$ 90,6 por tonelada praticado no terceiro trimestre é US$ 7,6 menor do que o praticado nos três meses anteriores.

Vale já havia divulgado dados sobre produção do minério de ferro no trimestre. Houve um aumento de 5,5% na produção no terceiro trimestre frente o mesmo período de 2023, para o maior volume desde o quarto trimestre de 2018, com impulso de melhorias do desempenho operacional nos complexos minerários de S11D, Itabira e Brucutu.

No trimestre, nossa produção de minério de ferro atingiu seu nível mais elevado em mais de cinco anos, resultado do nosso foco contínuo na excelência operacional.
Gustavo Pimenta, Presidente da Vale

A Vale reportou um desempenho operacional em linha com o esperado. Segundo a XP, os resultados foram melhores do que esperado em níquel, compensados por um desempenho mais fraco do que o esperado nas operações de pellets, que é um biocombustível sólido que tem como matéria-prima resíduos de biomassa vegetal. A XP destaca a estabilidade dos embarques de minério de ferro, a recuperação da produção de níquel e a Vale ter reafirmado a projeção de produção para 2024.

Dívida líquida expandida da Vale soma US$ 16,5 bilhões. O resultado apresentado pelo balanço é US$ 1,8 bilhão maior ante o segundo trimestre. O aumento é atribuído, principalmente, aos custos adicionais relacionadas ao rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG).

Continua após a publicidade

Presidente da Vale defende empresa "mais ágil e eficiente". Recém-empossado no comando da mineradora, Gustavo Pimenta destacou que a companhia assumiu o compromisso de aprimorar os relacionamentos institucionais, com a garantia de "deixar um impacto positivo para as pessoas e o meio ambiente".

Nos esforçaremos para transformar a Vale em uma companhia mais ágil e eficiente, promovendo a inovação e uma cultura de desempenho.
Gustavo Pimenta, Presidente da Vale

Reparação

Empresa está envolvida em acordo sobre Mariana (MG). As mineradoras Vale, BHP e Samarco vão assinar na sexta-feira (25) um acordo multibilionário com autoridades federais e estaduais para reparação e compensação pelo rompimento de barragem de rejeitos em Mariana (MG), em 2015. O acordo deve somar R$ 170 bilhões, incluindo pagamentos já realizados pelas empresas, recursos novos e obrigações ainda a cargo das mineradoras.

Esperamos assinar o acordo de Mariana muito em breve, visando uma resolução definitiva que irá, acima de tudo, beneficiar as pessoas impactadas e a sociedade, por meio de um acordo mutuamente benéfico para todas as partes interessadas.
Gustavo Pimenta, Presidente da Vale

Acordo será assinado nesta sexta-feira (25). Evento contará com a presença do presidente Lula e começará às 9h30. De acordo com informações apresentadas pelo balanço, o programa de reparação desembolsou R$ 38 bilhões para a indenização de mais de 446 mil pessoas até o final de setembro.

Continua após a publicidade

*Com informações de Reuters.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.