Bolsa avança e dólar fecha em queda com expectativa por cortes de gastos

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em forte alta e o dólar recuou nesta segunda-feira (4) após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizer que o presidente Lula (PT) finalizaria à tarde as medidas de corte de despesas do Orçamento que o mercado vem esperando há dias. A reunião de Lula com diversos ministros para tratar do assunto começou no meio da tarde e não havia terminado até o encerramento do expediente no mercado.

A ligeira diminuição da probabilidade de Donald Trump (Republicano) vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos nesta semana também favoreceu os ativos financeiros brasileiros.

O que aconteceu

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou o dia em alta de 1,73%, aos 130.338 pontos, e o dólar comercial caiu 1,48%, vendido a R$ 5,78. O dólar turismo teve baixa de 1,34%, vendido a R$ 6.

O principal motivo da recuperação da moeda brasileira nesta segunda (4) foi a expectativa pelas medidas de corte de gastos a serem anunciadas pelo governo brasileiro. Na sexta (1º), o dólar atingiu o segundo maior valor nominal da história ante o real devido à demora da administração Lula em anunciar os cortes.

Haddad afirmou nesta manhã que as medidas de contenção de gastos públicos estão "muito avançadas". Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que faria uma reunião sobre o tema nesta segunda (4) com o presidente Lula, a quem caberá definir a forma de comunicação das medidas, mas comentou acreditar que é possível apresentar as propostas nesta semana. A pedido do presidente, Haddad cancelou a viagem para a Europa que faria até sábado (9).

O ministro da Fazenda chegou ao Planalto para falar com Lula às 15h30 e foi recebido pelo titular da Casa Civil, Rui Costa. O presidente convocou para participar dessa conversa, também, a ministra do Planejamento, Simone Tebet; a de Gestão e Inovação, Esther Dweck; Luiz Marinho, do Trabalho; Camilo Santana, da Educação; e Nísia Trindade, da Saúde.

Cenário internacional

Uma mudança no cenário das eleições americanas também ajudou a derrubar o dólar. Várias pesquisas divulgadas no fim de semana indicaram uma tímida recuperação da candidata democrata Kamala Harris na corrida eleitoral americana, e isso vem se refletiu no dólar. As variações das sondagens de intenção de voto nos EUA têm ocorrido dentro da margem de erro, mas, segundo Paulo Gala, economista chefe do Banco Master, esse novo resultado já é suficiente para interromper a tendência de alta da moeda.

A possibilidade de uma vitória de Trump fez a moeda americana se valorizar nos últimos dias. Como Trump tem um programa econômico visto como inflacionário, um eventual novo governo do republicano poderia levar a aumentos de juros nos EUA. A hipótese de elevação dos rendimentos da renda fixa americana fez investidores correrem para deixar seus países de origem e migrar para esse tipo de ativo, movimento que requer a compra de dólares e pressiona as cotações da moeda.

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