Copom projeta novo aumento da taxa Selic em maio
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O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou hoje a elevação da taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual e indicou que o próximo ajuste poderá ser menos intenso. A decisão foi tomada em meio a um cenário de incertezas econômicas e riscos inflacionários.
No comunicado, o colegiado justificou a medida citando a necessidade de controle da inflação, mas sinalizou uma possível moderação no ritmo de aperto monetário nas próximas reuniões.
O que aconteceu
Após dois dias de reunião, o Copom divulgou decisão sobre a Selic. A taxa foi elevada pela quinta vez consecutiva, atingindo o maior nível desde agosto de 2016. A Selic estava em 14,25% até agosto daquele ano, quando começou a ser reduzida, e agora retorna a esse patamar.
Copom promete um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em maio. No comunicado divulgado, o comitê afirmou que, diante da persistência de um cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens do ciclo de aperto monetário em curso, antecipa um ajuste menos intenso no próximo encontro, caso o cenário esperado se confirme.
Para além da próxima reunião, o Comitê fala sobre compromisso com a meta de inflação. A instituição destacou que a magnitude total do ciclo de alta dos juros será determinada pelo compromisso com a convergência da inflação e dependerá da evolução dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária. Entre os fatores que serão monitorados, estão as projeções de inflação, as expectativas do mercado, o hiato do produto e o balanço de riscos.
Economia aquecida e inflação de serviços são citadas. Entre os fatores de risco para o cenário inflacionário, de acordo com o Copom, destacam-se a possibilidade de uma desancoragem prolongada das expectativas e uma maior resiliência da inflação de serviços, impulsionada por um hiato do produto mais positivo.
Inflação deve superar o teto da meta. A projeção do IPCA está acima do limite definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), cuja margem de tolerância varia entre 1,5% e 4,5%. O BC deverá justificar o descumprimento da meta caso o índice continue fora do intervalo por seis meses consecutivos.
A projeção para o IPCA de março é de 0,56%. Se esse número se confirmar, a inflação terá desacelerado em relação a fevereiro, quando o aumento dos preços foi impulsionado pela alta na conta de luz. Já em janeiro, o chamado "bônus Itaipu" ajudou a reduzir a tarifa de energia, graças à distribuição de um saldo positivo da hidrelétrica.
O que é a taxa Selic
A taxa Selic é definida pelo Copom. A taxa básica de juros é o principal instrumento que o BC tem para tentar controlar a inflação.
Os juros influenciam o consumo e crédito. A variação da Selic impacta diretamente o consumo das famílias e a tomada de crédito, afetando o comportamento econômico no país.
Aumento da Selic reduz consumo. Quando a inflação está alta, o Banco Central eleva os juros para conter o consumo e pressionar os preços para baixo. Em cenários de inflação baixa, o BC diminui a taxa básica para incentivar o consumo e a atividade econômica.
Selic afeta todas as taxas de juros. As taxas cobradas em empréstimos e financiamentos e as pagas por aplicações financeiras estão atreladas à variação da taxa básica.
Rendimento de renda fixa cresce com alta da Selic. Investimentos atrelados à taxa básica, como o Tesouro Selic, passam a oferecer maior retorno, enquanto a poupança segue perdendo competitividade.
18 comentários
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Joao Batista Correia Lima Neto
Executivo, legislativo e judiciário tem que cortar gastos, enxugar a estrutura pública e empresas públicas e tem que acabar com super salarios, super benefícios, penduricalhos, privilégios de poucos e combater, investigar e punir exemplarmente e incansavelmente a corrupção independente de partidos políticos, ideologia (direita, centro ou esquerda), cargo, poder, influência ou classe social.
Marcio Luiz de Oliveira
Inflação vai sempre aumentar, porque os gastos do governo não cessam. Deve-se enxugar a máquina pública e respeitar o teto de gastos, senão hiperinflação voltará a flagelar os brasileiros. Aumentar excessivamente a carga tributária só atinge os mais pobres, que terão que pagar mais caro pelos produtos de primeira necessidade. Lamentável o cenário atual.
Marcos Pacifico da Silva
O Lula quando candidato falou que para diminuir juros bastava ter a caneta. Agora ele têm o Presidente do Branco Central escolhido por ele. Não têm a caneta ainda? Ah vah.