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BNDES não deve atingir meta de desembolsos de 2011

31/10/2011 15h20

RIO DE JANEIRO, 31 de outubro (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não deve cumprir a meta de desembolsos desse ano, de R$ 145 bilhões, disse nesta segunda-feira (31) o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho.

Ele também previu que, para 2012, as liberações devem ser semelhantes ou um pouco maiores do que esse ano. Para Coutinho, o movimento deve-se em parte à menor atividade da economia doméstica e aos efeitos da crise de dívida soberana na Europa.

"Vivemos um momento peculiar de alta exacerbação das incertezas no cenário internacional," afirmou Coutinho.

De janeiro a setembro, os desembolsos do banco somaram R$ 91,8 bilhões, uma queda de 28% ante o mesmo período de 2010. O resultado do ano passado foi influenciado pela operação de capitalização da Petrobras, no valor de R$ 24,7 bilhões. Sem ela, a queda nas liberações foi de 11,1%.

De acordo com Coutinho, os desembolsos devem crescer no quarto trimestre, período sazonalmente mais forte

"Provavelmente, vamos ter um desembolso entre R$ 140 bilhões e R$ 145 bilhões, talvez um pouco abaixo da nossa expectativa de R$ 145 bilhões", previu.

Ele também atrelou o não cumprimento da meta a questões como demora na concessão de licenças, como as ambientais.

No espaço de 12 meses terminado em setembro, os desembolsos encolheram 22%, para R$ 132,2 bilhões.

As aprovações caíram em 12 meses 23% (R$ 162,2 bilhões), enquanto as operações de enquadramento, 13% (R$ 193,2 bilhões) e as consultas, 32% (R$ 180,3 bilhões).

"A expectativa do BNDES para 2012 dentro da nossa programação é de manutenção ou de uma pequena ampliação dos desembolsos à medida que a economia cresça," disse Coutinho.

De janeiro a setembro, os desembolsos para a industria caíram 56% (totalizando R$ 28, 4 bilhões), sendo que no segmento de química e petroquímica, onde se enquadra o empréstimo a Petrobras, a retração foi de 85%.

Os empréstimos para agropecuária caíram 1% (para R$ 7,2 bilhões), enquanto para infraestrutura subiram 4% (R$ 38 bilhões) e para comércio e serviços encolheram 8% (R$ 17,9 bilhões).

Dólar e ações

O presidente do BNDES reconheceu ainda que a turbulência nos mercados financeiros pode afetar os resultados financeiros do banco no terceiro trimestre que serão divulgados em 11 de novembro.

Segundo Coutinho, a elevada contribuição da carteira de renda variável na primeira metade do ano não deve se repetir no segundo semestre.

"Antes da crise vir, tivemos um primeiro semestre muito bom. O lucro foi muito bom e e a participação da renda variável chegou a quase 60%. Com o mercado volátil não há momento para a BNDESpar fazer operações de venda", disse.

Já a alta recente do dólar não terá impacto sobre o desempenho do banco, segundo Coutinho.

"O impacto do dólar é desprezível porque fazemos hedge de praticamente todas as nossas operações", afirmou.