Recuperação do emprego nos EUA está longe de completa, diz nova chefe do BC
WASHINGTON, 11 Fev (Reuters) - A nova presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, disse nesta terça-feira que a recuperação do mercado de trabalho "está longe de ser completa" apesar da queda no desemprego, acrescentando que o banco central norte-americano espera continuar reduzindo gradualmente a política de estímulo devido a melhoras mais amplas na economia.
Em seus primeiros comentários públicos como presidente do Fed, Yellen, em depoimento equilibrado a um comitê da Câmara dos Deputados, reconheceu a recente volatilidade nos mercados financeiros globais, mas disse que neste estágio isso "não representa risco substancial à perspectiva econômica dos Estados Unidos".
Ela enfatizou uma continuidade na abordagem do Fed sobre a política monetária, dizendo que apoia firmemente a abordagem guiada por seu antecessor, Ben Bernanke.
Embora a taxa de desemprego tenha caído em 1,5 ponto percentual desde que o programa de compra de títulos começou em setembro de 2012, o nível atual de 6,6% continua "muito acima dos níveis" que o Fed enxerga como consistentes com um emprego máximo sustentável, disse Yellen.
"A recuperação no mercado de trabalho está longe de completa", disse Yellen, de acordo com declarações preparadas para o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos.
Yellen, apenas na sua segunda semana no posto, citou a "parcela anormalmente grande" de norte-americanos desempregados que não conseguem emprego há mais de seis meses e o número "muito alto" de funcionários de meio período que prefeririam empregos em tempo integral.
"Estas observações salientam a importância de considerar mais do que apenas a taxa de desemprego ao avaliar a condição do mercado de trabalho dos Estados Unidos", afirmou Yellen.
Mais de cinco anos depois que a recessão acabou, o Fed embarcou no que talvez tenha sido sua mais difícil mudança de política ao tentar parar de inundar o sistema financeiro com dinheiro barato e ao mesmo tempo convencer investidores de que as taxas de juros vão permanecer perto de zero até meados do ano que vem.
Yellen disse que o Fed deve "reduzir o ritmo de compras de títulos de maneira gradual em futuras reuniões" se os dados econômicos fornecerem amplo apoio às expectativas das autoridades sobre os mercados de trabalho melhores e um aumento na inflação.
Yellen acrescentou que o Fed está "observando atentamente a recente volatilidade", dizendo também: "Acreditamos que neste estágio estes acontecimentos não representam um risco substancial às perspectivas econômicas dos Estados Unidos. Vamos, claro, continuar a monitorar a situação".
Destacando que a inflação permanece abaixo da meta de 2% do Fed, Yellen disse que "a recente fraqueza reflete fatores que provavelmente se provarão transitórios, incluindo preços de petróleo em queda e deteriorações nos preços de importações de itens excluindo petróleo".
O Fed não deixará que a inflação fique "persistentemente acima ou abaixo" de sua meta de 2%, afirmou ela.
Há muito preocupada com o sofrimento que a recessão de 2007-2009 causou aos trabalhadores norte-americanos, Yellen é por vezes considerada mais expansionista do que Bernanke e portanto, disposta a fazer mais para estimular a economia, mesmo que a inflação possa eventualmente subir.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.