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Recuperação do emprego nos EUA está longe de completa, diz nova chefe do BC

Jonathan Spicer

11/02/2014 12h31

WASHINGTON, 11 Fev (Reuters) - A nova presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, disse nesta terça-feira que a recuperação do mercado de trabalho "está longe de ser completa" apesar da queda no desemprego, acrescentando que o banco central norte-americano espera continuar reduzindo gradualmente a política de estímulo devido a melhoras mais amplas na economia.

Em seus primeiros comentários públicos como presidente do Fed, Yellen, em depoimento equilibrado a um comitê da Câmara dos Deputados, reconheceu a recente volatilidade nos mercados financeiros globais, mas disse que neste estágio isso "não representa risco substancial à perspectiva econômica dos Estados Unidos".

Ela enfatizou uma continuidade na abordagem do Fed sobre a política monetária, dizendo que apoia firmemente a abordagem guiada por seu antecessor, Ben Bernanke.

Embora a taxa de desemprego tenha caído em 1,5 ponto percentual desde que o programa de compra de títulos começou em setembro de 2012, o nível atual de 6,6% continua "muito acima dos níveis" que o Fed enxerga como consistentes com um emprego máximo sustentável, disse Yellen.

"A recuperação no mercado de trabalho está longe de completa", disse Yellen, de acordo com declarações preparadas para o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos.

Yellen, apenas na sua segunda semana no posto, citou a "parcela anormalmente grande" de norte-americanos desempregados que não conseguem emprego há mais de seis meses e o número "muito alto" de funcionários de meio período que prefeririam empregos em tempo integral.

"Estas observações salientam a importância de considerar mais do que apenas a taxa de desemprego ao avaliar a condição do mercado de trabalho dos Estados Unidos", afirmou Yellen.

Mais de cinco anos depois que a recessão acabou, o Fed embarcou no que talvez tenha sido sua mais difícil mudança de política ao tentar parar de inundar o sistema financeiro com dinheiro barato e ao mesmo tempo convencer investidores de que as taxas de juros vão permanecer perto de zero até meados do ano que vem.

Yellen disse que o Fed deve "reduzir o ritmo de compras de títulos de maneira gradual em futuras reuniões" se os dados econômicos fornecerem amplo apoio às expectativas das autoridades sobre os mercados de trabalho melhores e um aumento na inflação.

Yellen acrescentou que o Fed está "observando atentamente a recente volatilidade", dizendo também: "Acreditamos que neste estágio estes acontecimentos não representam um risco substancial às perspectivas econômicas dos Estados Unidos. Vamos, claro, continuar a monitorar a situação".

Destacando que a inflação permanece abaixo da meta de 2% do Fed, Yellen disse que "a recente fraqueza reflete fatores que provavelmente se provarão transitórios, incluindo preços de petróleo em queda e deteriorações nos preços de importações de itens excluindo petróleo".

O Fed não deixará que a inflação fique "persistentemente acima ou abaixo" de sua meta de 2%, afirmou ela.

Há muito preocupada com o sofrimento que a recessão de 2007-2009 causou aos trabalhadores norte-americanos, Yellen é por vezes considerada mais expansionista do que Bernanke e portanto, disposta a fazer mais para estimular a economia, mesmo que a inflação possa eventualmente subir.