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BCE lança programa de compra de títulos para reanimar economia

© Lisi Niesner / Reuters
Imagem: © Lisi Niesner / Reuters

22/01/2015 13h00

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deu o derradeiro passo de política monetária nesta quinta-feira ao lançar um programa de compra de títulos governamentais que irá injetar centenas de bilhões de dinheiro novo na economia da zona do euro.

O BCE informou que comprará bônus de governos a partir de março até o fim de setembro de 2016, apesar da oposição do banco central alemão e de preocupações de Berlim de que isso reduza a pressão sobre países gastadores para implementarem reformas econômicas.

Junto com esquemas já existentes de compras de dívida privada para canalizar centenas de bilhões de euros em empréstimos baratos a bancos, o novo programa de "quantitative easing" injetará 60 bilhões de euros por mês na economia, anunciou o presidente do BCE, Mario Draghi.

Até setembro do próximo ano, mais de 1 trilhão de euros terão sido criados.

"As compras combinadas de títulos públicos e privados somarão 60 bilhões de euros", disse Draghi em entrevista à imprensa. "Elas (as compras) devem ser realizadas até o final de setembro de 2016 e serão conduzidas, em qualquer caso, até vermos um ajuste sustentável no ritmo da inflação."

Os bônus serão comprados no mercado secundário em proporção ao capital do BCE, o que significa que as maiores economias, da Alemanha para baixo, terão mais de sua dívida comprada pelo BCE do que países menores.

A perspectiva de forte ação do BCE já tinha levado o banco central suíço a abandonar o limite do franco enquanto a Dinamarca, cuja moeda é atrelada ao euro, foi forçada a reduzir a taxa de juros em antecipação à enxurrada de dinheiro.

Com o anúncio da decisão, o euro caiu, as ações europeias saltaram e os rendimentos de títulos na Itália, Espanha e Portugal caíram.

Draghi informou que 20 por cento das compras de ativos ficarão sujeitas a compartilhamento de risco, sugerindo que a maior parte de qualquer perda potencial ficará nas mãos de bancos centrais nacionais.

Críticos dizem que isso questiona o conceito de compartilhamento de risco na zona do euro e que países com dívida já alta podem se ver com mais encargos.

O BCE também manteve sua principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, em 0,05 por cento, e a taxa de depósito em -0,20 por cento, o que significa que os bancos pagam para deixar fundos no banco central, e a taxa de empréstimo em 0,30 por cento.