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Dilma diz que governo está preocupado com chegada de lama de barragens ao Espírito Santo

STEPHEN LAM
Imagem: STEPHEN LAM

10/11/2015 14h23

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que seu governo está "extremamente preocupado" com a chegada da lama com resíduos de mineração de barragens que se romperam em Mariana (MG) ao Estado do Espírito Santo, pelo Rio Doce.

Em cerimônia de entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a presidente, que estava em Nova Friburgo, região serrana fluminense, se dirigiu aos capixabas e colocou seu governo à disposição para ajudar o Estado com a chegada da lama das barragens de Mariana.

"Nós estamos extremamente preocupados porque duas barragens se abriram no Estado de Minas e uma onda de água com lama está chegando no Rio Doce e também hoje nós temos de olhar a situação do Espírito Santo, e o governo federal se coloca inteiramente à disposição", disse a presidente.

A onda de lama que devastou o distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana, e atingiu outras áreas da região após o rompimento de duas barragens de uma mina de minério de ferro operada pela mineradora Samarco chegou ao Rio Doce e vem descendo o rio em direção a cidades capixabas, colocando em risco o abastecimento de água na região, que vem sofrendo com uma crise hídrica.

O acidente, ocorrido na quinta-feira, deixou 4 mortos e 22 desaparecidos. A produção da Samarco, uma joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton , foi paralisada, e a extração de minério de ferro da Vale em minas próximas também foi afetada.

"Já estivemos na região em Minas Gerais, vamos agora acompanhar a situação lá no Espírito Santo", assegurou a presidente.

Também nesta terça, o Ministério Público Federal no Espírito Santo e o Ministério Público Estadual capixaba obtiveram decisão liminar que obriga a Samarco e órgãos de meio ambiente e saneamento a adotarem uma série de ações visando à produção e à conservação das provas necessárias para reparação pelos danos ambientais e danos morais coletivos causados no Estado por conta do rompimento das barragens. [nE6N125028]

Durante o evento, que entregou moradias a beneficiários do Minha Casa Minha Vida, entre eles pessoas afetadas pelas inundações e deslizamentos de terra em cidades da região serrana do Rio de Janeiro em 2011, Dilma voltou a assegurar que dará continuidade ao Minha Casa Minha Vida mesmo em meio aos cortes de gastos para reequilibrar suas contas públicas.

"Mesmo no momento de dificuldades que o país enfrenta, vamos continuar fazendo o Minha Casa Minha Vida", garantiu a presidente, que também voltou a garantir a manutenção do Bolsa Família, mesmo em um cenário fiscal adverso.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)