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Governo analisa proposta de uso de FGTS como garantia a empréstimo consignado, diz Barbosa

Arte UOL
Imagem: Arte UOL

22/01/2016 14h42

BRASÍLIA, 22 Jan (Reuters) - O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (22) que representantes do mercado financeiro sugeriram ao governo a possibilidade de uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia para empréstimos consignados como forma de estimular o consumo no Brasil, proposta que está sendo estudada pelo Executivo.

Barbosa abordou o assunto em entrevista a jornalistas em Davos, na Suíça, conforme nota do Ministério da Fazenda. Ele disse que a ideia levada ao governo foi de utilização do saldo da multa do FGTS, mas também outras alternativas, como garantia para o consignado no caso de o trabalhador do setor privado perder o emprego.

"Quem apontou isso o que defendeu é que, num período de alta do desemprego, o aumento do crédito direcionado para trabalhadores privados poderia se beneficiar dessa garantia", disse o ministro.

Na véspera, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou a perda de 1,5 milhão de empregos formais em 2015, pior marca em mais de duas décadas, que espalhou-se por praticamente todos os setores em meio à profunda recessão econômica. 

Segundo Barbosa, a sugestão foi feita como forma de diminuir o risco e os juros dessa modalidade de crédito, que possui taxas mais baixas que a média por descontar a dívida do consumidor diretamente na sua folha de pagamento.

Barbosa lembrou ainda que os servidores públicos já contam com garantia maior no consignado pelo fato de gozarem de estabilidade no emprego.

Após destacar que o problema do crédito não está localizado na oferta, mas na demanda, que está pequena, o ministro ressaltou que a ideia de uso do FGTS como garantia foi proposta há algum tempo e está sendo analisada pelo governo, que ainda não tomou uma decisão a respeito.

'Ainda é cedo'

Questionado sobre o cenário de desaceleração econômica na China e queda no preço do petróleo e suas consequências para países em desenvolvimento, Barbosa afirmou que ainda é cedo para saber o efeito final desses movimentos.

"Gera mais volatilidade com certeza, gera mais volatilidade na taxa de câmbio, principalmente. O efeito final vai depender em que nível os preços vão se estabilizar, em que nível a taxa de câmbio vai se estabilizar, em que nível os preços do petróleo, o preço das commodities vai se estabilizar."

Ele também foi perguntado sobre a inflação no país, mas não fez comentários sobre o tema. Nesta sexta-feira, o IBGE divulgou que a prévia da inflação oficial teve alta de 0,92% em janeiro, no pior resultado para o mês desde 2003. 

(Por Marcela Ayres; Edição de Flavia Bohone)