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FMI prevê deficit no Brasil até 2019 e dívida pública a 92% do PIB em 2021

Flavia Bohone

13/04/2016 16h27

SÃO PAULO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) vê os efeitos da deterioração fiscal no Brasil permanecendo ao longo dos próximos anos, com a dívida pública bruta subindo para quase 92% do Produto Interno Bruto em 2021, de acordo com o relatório Fiscal Monitor divulgado nesta quarta-feira (13).

O FMI prevê que o setor público brasileiro vai continuar com suas contas desequilibradas até 2019, para somente em 2020 voltar a registrar superavit primário --economia para pagar os juros da dívida.

A relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB) deve manter a curva ascendente, subindo de 73,7% registrados no ano passado para 91,7% em 2021, segundo relatório, que destacou o salto da dívida de 10,4 pontos percentuais de 2014 para 2015.

Rombo para 2016

Para este ano, o FMI prevê um deficit primário de 1,7% do PIB, recuando para 1,4% em 2017 e a 1% em 2018. Para 2019, a projeção é de um deficit de 0,3%, seguido de um superavit primário de 0,9% do PIB em 2020 e de 1,6% em 2021.

No documento, o Fundo diz que a grande deterioração fiscal do Brasil no ano passado aconteceu em um ambiente de forte retração econômica, turbulência política e fraco desempenho das receitas.

O país registrou no ano passado o segundo rombo primário seguido, com deficit passando de 0,57% do PIB em 2014 para 1,88% em 2015.

Para este ano, o governo pediu autorização do Congresso para fechar o ano com deficit de quase R$ 96,65 bilhões, ou 1,55% do PIB.

O documento do FMI destaca ainda que diversos países, entre eles o Brasil, podem ser afetados este ano por questões políticas.

"O calendário eleitoral ou impasse político pode complicar a implementação de políticas ou desencorajar ações fortes em 2016 em muitos países, incluindo economias avançadas (Austrália, Grécia e Estados Unidos), mercados emergentes (Brasil, África do Sul e Venezuela) e países de baixa renda em desenvolvimento (Gana e Zâmbia)", diz o documento.

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