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Temer deve trocar diretoria do BC e adotar reformas para retomar confiança, dizem fontes

Pedro Kirilos / Agência O Globo
Imagem: Pedro Kirilos / Agência O Globo

Por Lisandra Paraguassu e Alonso Soto

26/04/2016 17h33

BRASÍLIA, 26 Abr (Reuters) - A diretoria do Banco Central deverá ser substituída como parte da reforma da equipe econômica e serão adotadas reformas para reconquistar a confiança dos investidores no eventual governo de Michel Temer, disseram à agência de notícias Reuters três pessoas próximas ao assunto.

Wellington Moreira Franco, um dos principais conselheiros econômicos de Temer, disse à Reuters que o presidente e a diretora do BC, que formam o Comitê de Política Monetária (Copom), e as diretorias de outros bancos estatais serão substituídos, mas que os novos comandantes serão escolhidos pelo próximo ministro da Fazenda.

Em entrevista ao jornal "O Globo", Temer disse que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles seria sua escolha para a Fazenda se assumisse a presidência hoje. 

Nesta terça-feira (26), a comissão especial do Senado que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi instalada, com a eleição de Raimundo Lira (PMDB-PB) para a presidência e de Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria.

Pelos prazos definidos, o afastamento de Dilma poderá ser votado no plenário do Senado no dia 11 de maio.

"O Copom precisa ser substituído. Para reconquistar a confiança, é crucial trazermos pessoas do mercado que não estejam suscetíveis a interferência política", disse uma fonte que faz parte do círculo interno de conselheiros de Temer.

O BC, sob o comando de Alexandre Tombini desde 2011, iniciou nesta terça-feira dois dias de reunião para discutir a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de que ela seja mantida em 14,25%.

Os candidatos para liderar o BC incluem o economista-chefe do Itaú Ilan Goldfajn, o ex-secretário do Tesouro Carlo Kawall, os ex-diretores do BC Mario Mesquita e Luiz Fernando Figueiredo, assim como o executivo do Goldman Sachs Paulo Leme, disseram as fontes.

Mesquita, Goldfajn e Kawall recusaram-se a comentar, enquanto Figueiredo e Leme não responderam a e-mails da Reuters.

Temer também planeja enviar ao Congresso projetos para limitar as aposentadorias, flexibilizar o mercado de trabalho e simplificar o sistema tributário, disseram as fontes.

(Reportagem adicional de Anthony Boadle)

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