Balanços de empresas brasileiras ainda vão piorar bastante, diz agência
SÃO PAULO, 4 Mai (Reuters) - Boa parte da piora da economia brasileira a partir de meados de 2014 ainda não está inteiramente refletida nos balanços das empresas do país, cujo perfil de endividamento deve piorar por pelo menos mais dois a três anos, disse nesta quarta-feira (4) um executivo da agência de classificação de risco Fitch.
"O aumento do custo de financiamento ainda não está refletido nos balanços", disse o diretor sênior de finanças corporativas da Fitch, Ricardo Carvalho, durante evento com investidores.
Segundo Carvalho, a Fitch cortou 90 notas nacionais e 61 internacionais de companhias do Brasil nos últimos 28 meses e a tendência é que essa rota seja mantida no médio prazo.
Pelas contas da Fitch, na média, as empresas brasileiras estão gastando o equivalente a 40% da geração de caixa com pagamento do serviço da dívida, fruto do aumento dos juros no país e do fechamento do mercado de capitais para a maioria delas.
Segundo a agência, no setor de construção pesada, os acordos de leniência acertados pelas grandes empreiteiras do país não devem amenizar a posição de crédito destas empresas. Já no setor imobiliário, a Fitch avalia que apenas MRV e Cyrela não deverão ter fluxo de caixa negativo este ano.
Enquanto isso, no setor de energia elétrica, a agência avalia que sobras de eletricidade entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões deverão pressionar o balanço de distribuidoras do país.
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