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Após impeachment, empresários cobram reformas e controle do gasto de Temer

Alberto Alerigi Jr.

31/08/2016 15h40

SÃO PAULO, 31 Ago (Reuters) - O Senado condenou a presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade nesta quarta-feira (31), cassando o mandato obtido na eleição de outubro de 2014.

A votação era aguardada há meses por representantes do setor produtivo, que viam a crise política como um dos fatores que contribuíram para a incertezas que vinham dificultando a tomada de decisões de investimento no país.

Veja a seguir comentários do setor empresarial:

Paulo Skaff, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

"A Fiesp não só acompanhou como apoiou o processo de impeachment... O processo terminou. Agora é hora de virar a página, deixar as diferenças para trás, arregaçar as mangas e, de braços dados, reconstruir o Brasil. A confiança está sendo retomada, mas é preciso mais. A reconstrução do Brasil demandará grande esforço da sociedade. O ajuste fiscal é a mãe de todas as reformas. O governo deve controlar seus gastos, eliminar os desperdícios e combater a corrupção. O equilíbrio fiscal deve ser feito sem aumento de impostos. Os brasileiros não admitem aumento de impostos".

Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo

"O desafio do novo governo é melhorar o ambiente de negócios, resgatando a credibilidade e a atratividade da economia brasileira para os investidores internos e externos. O novo governo pode abrir perspectiva inédita de reformas necessárias para o ajuste econômico, pois não terá nenhum compromisso político, a princípio, de reeleição".

"Para atrair investimentos, o governo terá que acelerar o processo de concessões, estimulando investidores nacionais e internacionais a ampliar suas apostas no Brasil".

Mario Bernardini, diretor de competitividade da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos

"O que é importante agora é que o governo pare de usar a interinidade como desculpa e arregace as mangas para passar a promover as medidas que todo mundo espera. Perdemos três ou quatro meses imobilizados pela situação política. O governo precisa equacionar as despesas públicas, tem que limitar o crescimento das despesas".

"A reforma da Previdência é fundamental para limitar o crescimento explosivo das despesas, mas eliminando vantagens indevidas de alguns funcionários públicos... Além disso, precisa dar uma sacudida na legislação trabalhista, que não é mais adequada ao mundo atual. Essas são coisas para médio e longo prazos, no curto, o governo deveria sinalizar com política que torne o câmbio mais competitivo, reduzir a Selic e sinalizar que vai fazer o possível para que setor financeiro volte a financiar o setor produtivo, algo que não ocorre há dois anos."

(Edição de Patrícia Duarte)