Banco do Brasil tem queda de 27% no lucro líquido do 3º tri
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (BBAS3) viu seu lucro cair fortemente no terceiro trimestre, refletindo queda do crédito e aumento das provisões para perdas, o que levou a instituição a piorar projeções de desempenho para 2016.
O lucro líquido do maior banco do país em ativos de julho a setembro somou R$ 2,246 bilhões, queda de 26,6% ante igual período de 2015. Em termos ajustados, o lucro foi de R$ 2,337 bilhões, queda de 18,9% sobre um ano antes.
Como efeito da recessão no país, a carteira de crédito ampliada do BB no fim de setembro caiu 6,9% sobre 12 meses antes, para R$ 734 bilhões, retração liderada pelas operações com empresas.
Apesar disso, a margem financeira bruta, que reflete os resultados com concessão de empréstimos e o desempenho da tesouraria, subiu 13,9% no comparativo anual, sobretudo pelo fato de o BB ter praticado taxas de juros mais altas. O BB também conseguiu maiores receitas com recuperação de créditos.
O perfil da carteira piorou de novo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo a 3,51%, ante 2,06% um ano antes. Foi o sexto trimestre consecutivo de aumento sequencial do índice.
Com isso, a despesa com provisão para perdas com calotes somou R$ 6,64 bilhões no período, aumento de 13,9% ano a ano, embora tenha caído quase 20% sobre o trimestre anterior, quando o BB fez uma provisão extra para perda com uma grande empresa.
O banco ainda conseguiu aumentar em 5,8% as receitas com tarifas, para R$ 6,02 bilhões. E as despesas administrativas cresceram 7,3% em 12 meses, abaixo da inflação do período, R$ 8,42 bilhões.
Mas a provisão para calotes pressionou a rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como os bancos remuneram o dinheiro de seus acionistas. No trimestre, o indicador caiu 9,5%, queda de 4,6 pontos percentuais ano a ano. Na métrica ajustada, a queda foi de 3,4 pontos, para 9,9%.
Previsões
Com isso, o BB piorou as previsões para algumas de suas principais métricas de desempenho para o ano. A projeção para rentabilidade, por exemplo, passou de 9% a 12% para 8% a 10%.
A estimativa de crescimento para a carteira de crédito no país foi do intervalo de queda de 2% a alta de 1% para a faixa de queda de 9% a 6%. Mas a previsão para aumento de despesas administrativas passou do intervalo de 5% a 8% para a de 4% a 6%.
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