Bradesco tem queda de 21,5% no lucro do 3º tri; inadimplência sobe
SÃO PAULO, 10 Nov (Reuters) - O Bradesco (BBDC4) teve queda de 21,5% no lucro líquido do terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, afetado por maiores provisões para perdas sobre a carteira de crédito do HSBC, cuja compra foi concluída no período.
De julho a setembro, o lucro do segundo maior banco privado do país somou R$ 3,236 bilhões. Na métrica ajustada, o lucro do período foi de R$ 4,462 bilhões, recuo de 1,6%.
Apesar da queda no comparativo anual, o lucro ajustado subiu cerca de 7% na base sequencial, evolução creditada pelo Bradesco à queda nas despesas com provisões para perdas com inadimplência, menores despesas operacionais e ao aumento das receitas com tarifas.
No fim de setembro, a carteira de crédito expandida do banco somava R$ 521,77 bilhões, alta de 10% em 12 meses. Sem HSBC, a queda foi de 6,8%, movimento marcado por forte retração (10,8%) na carteira de empresas.
O índice de inadimplência do Bradesco acima de 90 dias subiu para 5,35% no período, ante 4,64% no trimestre anterior e 3,8% em igual etapa de 2015. O banco apontou queda nos indicadores de curto prazo.
Desconsiderando o efeito da consolidação do HSBC, a margem do Bradesco com juros foi 3,2% menor na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a R$ 14,48 bilhões, refletindo resultados mais fracos em tesouraria.
De julho a setembro, a despesa do Bradesco com provisão para perdas esperadas com calotes atingiu R$ 5,742 bilhões, aumento de 49,1% em 12 meses, número fortemente influenciado por maiores provisões para a carteira do HSBC. Sem ele, a provisão cresceu 18,2%, a R$ 4,55 bilhões.
O banco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 17,6% no período ante 20,7% sobre um ano antes.
O lucro da divisão de seguros somou R$ 1,5 bilhão, alta de 14% sobre um ano antes, incluindo HSBC.
As receitas do Bradesco com tarifas e serviços somaram R$ 7,45 bilhões no trimestre, alta de 16,8% sobre um ano antes, com destaque para segmentos como cartões e fundos.
Por causa da entrada de pouco mais de 20 mil funcionários do HSBC, as despesas do Bradesco com pessoal subiram 27% do segundo para o terceiro trimestre, a R$ 4,93 bilhões. Da mesma forma, as despesas administrativas deram um salto de 25% na base sequencial, para R$ 5,337 bilhões.
'Guidance'
Diante da incorporação do HSBC, o Bradesco revisou suas perspectivas de resultados para o ano. O guidance de 2016, numa base pro-forma, ou seja, como se os bancos já estivessem juntos desde o início do ano passado, aponta queda de 3% a 7% da carteira de crédito, e aumento de 3% a 7% da margem financeira com juros e das receitas com tarifas.
A projeção também indica que as despesas operacionais do grupo combinado devem variar de queda de 2% a alta de 2% neste ano e que as despesas com provisões para perdas esperadas com calotes devem somar de R$ 22,5 bilhões a R$ 25 bilhões.
A expectativa anterior para a carteira de crédito era de queda de 4% a estabilidade, enquanto para a margem a previsão era de alta de 7% a 11%.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)
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