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"Faz sentido" aumentar juros gradualmente nos Estados Unidos, diz Yellen

18/01/2017 18h29

SÃO FRANCISCO (Reuters) - Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para o objetivo de 2 por cento do Federal Reserve, "faz sentido" para o banco central norte-americano elevar gradualmente as taxas de juros, afirmou a chair do Fed, Janet Yellen, nesta quarta-feira.

"Esperar muito tempo para começar a mover-se em direção à taxa neutra poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira, ou ambos", disse Yellen em São Francisco.

"Nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão".

O Fed aumentou as taxas de juros de curto prazo no mês passado pela segunda vez desde a crise financeira de 2007-2009, quando reduziu as taxas para perto de zero e começou a comprar o que acabou se tornando trilhões de dólares de títulos do Tesouro e dívida hipotecária para reduzir os custos de empréstimos também.

O aumento da taxa refletiu a confiança que a economia continuará a se recuperar, disse Yellen. Ela e seus colegas esperam que o Fed eleve as taxas "algumas vezes por ano" de modo que até o final de 2019 as taxas estarão próximas da taxa sustentável de longo prazo de 3 por cento.

Esse ritmo pode mudar, disse ela, dependendo de como as perspectivas para a economia se desenvolve. "A economia é vasta e vastamente complexa, e seu caminho pode tomar reviravoltas surpreendentes", acrescentou.

O republicano Donald Trump assumirá a Presidência dos Estados Unidos na sexta-feira, e prometeu reduções de impostos, reformas regulatórias e gastos com infraestrutura que, segundo ele, impulsionarão o crescimento econômico.

Outros membros do Fed sugeriram que o estímulo fiscal, junto com o baixo desemprego em 4,7 por cento, poderia forçar o Fed a caminhar mais rápido no aumento da taxa de juros do que o esperado.

A economia dos EUA está "próxima" tanto da meta de emprego quanto de inflação, disse ela. Mas, "nosso pé permanece no pedal em parte porque queremos ter certeza de que a expansão econômica permaneça forte o suficiente para resistir a um choque inesperado, já que não temos muito espaço para cortar as taxas de juros".

Dramáticas elevações nos juros, provavelmente, não serão necessárias, disse ela, porque o lento crescimento da produtividade nos Estados Unidos está impedindo a expansão econômica.

"No entanto, como a economia se aproxima de nossos objetivos, faz sentido reduzir gradualmente o nível de apoio à política monetária", disse ela.