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Japão usa prêmios em dinheiro e redução de jornada em luta contra sobrecarga de trabalho

Chris Gallagher

24/02/2017 10h41

TÓQUIO (Reuters) - Da música-tema do filme "Rocky" a bônus em dinheiro e "Sextas-Feiras Prêmio" para terminar o trabalho antes da hora, um número pequeno mas crescente de empresas do workaholic Japão estão usando a criatividade para induzir seus empregados a irem embora cedo.

O governo lançou sua campanha de Sexta-Feira Prêmio incentivando as empresas a dispensarem seus funcionários algumas horas antes na última sexta-feira do mês para que possam gastar seu dinheiro em compras e lazer, e assim fortalecer a economia.

A iniciativa também é parte de uma ofensiva mais ampla do governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para reduzir as horas de trabalho depois que o suicídio de uma funcionária da agência de publicidade Dentsu --considerada "morte por sobrecarga de trabalho"-- despertou uma atenção negativa ao problema das horas extras excessivas, algo profundamente enraizado no Japão.

"As horas de trabalho excessivas se tornaram um grande problema", reconheceu Etsuko Tsugihara, executiva-chefe da empresa de relações públicas Sunny Side Up Inc.

"Estávamos pensando em maneiras de aprimorar nosso próprio ambiente de trabalho quando o governo surgiu com a Sexta-Feira Prêmio, e achamos uma boa ideia."

Bônus de US$ 28 

Como incentivo adicional, ela disse que a Sunny Side Up irá conceder a seus empregados um pagamento único equivalente a US$ 28 para que eles encerrem o expediente perto das 15h, e que a companhia irá se beneficiar do ponto de vista da produtividade.

"Em indústrias criativas como a nossa, a inspiração não virá só por se ficar no escritório por um longo tempo. Mas tire algum tempo livre, respire novos ares e veja coisas novas e as ideias virão, e você estará renovado quando voltar na segunda-feira", disse.

Além de aliviar o fardo pessoal sobre os funcionários, o governo está pensando na economia.

Como a mão de obra qualificada está encolhendo juntamente com a população, Tóquio quer que as empresas diminuam as horas para incentivar mais mulheres a trabalhar e fazer com que os pais se envolvam mais na criação dos filhos. Mais horas de lazer também devem significar mais tempo entre os lençóis para aumentar a taxa de natalidade.

Atum é vendido no Japão por quase R$ 2 milhões

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