CORREÇÃO-Estácio contrata israelense ICTS para averiguar vazamento de dados, diz fonte
(No texto de 21 de março, corrige no 1o parágrafo nome da empresa para ICTS, em lugar de ICTS International, e no 2o parágrafo retira menção à Control Risks)
SÃO PAULO (ReuterS) - A Estácio Participações contratou a israelense ICTS para investigar uma violação de segurança que expôs emails entre o presidente da empresa, Pedro Thompson, e um advogado, disse uma pessoa com conhecimento do assunto.
A ICTS foi contratada em 18 de fevereiro, imediatamente depois que a Estácio descobriu sobre o vazamento das mensagens entre Thompson e um advogado do escritório Demarest Advogados, acrescentou a fonte.
Fontes com conhecimento do conteúdo do email disseram que a troca de mensagens sugeriu que Thompson discutia com o advogado cenários alternativos, se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrasse a aquisição da Estácio pela Kroton Educacional.
A Estácio negou que Thompson estivesse tentando encontrar modos de inviabilizar o acordo, mas o retirou de um grupo que discutia os termos da fusão no Cade. A Estácio se recusou a comentar o assunto.
Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira, a empresa diz que segue comprometida com a conclusão do acordo de 27 bilhões de reais, aprovado pela maioria dos acionistas.
Concorrentes e grupos de defesa do consumidor criticam a operação que criará uma instituição de ensino superior 10 vezes maior que o segundo maior participante do mercado.
A Kroton também refutou alegações de interferência na gestão da Estácio antes da aprovação da aquisição pelo Cade, prática conhecida como "gun jumping", após o jornal Valor Econômico ter revelado o teor dos emails na sexta-feira.
Alegações de que a Kroton estaria interferindo na gestão da Estácio não são novas para o Cade.
Em 12 de setembro, a autoridade pediu esclarecimentos a ambas as companhias sobre uma informação recebida de que a Kroton estaria envolvida na demissão de 180 executivos da Estácio, depois que a fusão foi anunciada.
Em uma resposta uma semana depois, o Demarest confirmou que 73 executivos foram demitidos, mas negou que a redução do quadro de funcionários tivesse sido orquestrada pela Kroton. Segundo o escritório, as demissões refletiam decisões de negócios não ligadas à combinação de negócios com a Kroton, segundo documento na CVM.
O Cade deve concluir a análise do negócio até o fim de julho, usando o prazo máximo de 330 dias. Em fevereiro, o órgão divulgou parecer técnico em que sugere que a fusão pode prejudicar a competição no setor.
O Cade se recusou a comentar se exigirá que as partes esclareçam as alegações de gun jumping feitas durante a análise do acordo.
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