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Chefe da Samsung permanece em silêncio durante julgamento por suborno

07/04/2017 14h04

SEUL (Reuters) - O líder do principal conglomerado da Coreia do Sul ficou em silêncio em sua primeira aparição no tribunal, no que foi chamado de "julgamento do século", enquanto seus advogados trabalhavam para retratá-lo como um inocente espectador em um escândalo de corrupção.

Jay Y. Lee, o chefe de 48 anos do grupo Samsung, enfrenta julgamento por acusações de suborno e desfalque em um escândalo que levou à saída da presidente Park Geun-hye.

Ele pode ficar mais de 20 anos preso se for condenado em todas as acusações, incluindo a de que ele prometeu 43 bilhões de wons em subornos para fundações apoiadas por Park e sua confidente, Choi Soon-sil.

"O réu, Jay Y. Lee, nem sabia que a contribuição foi feita, porque isso não faz parte de seu trabalho", disse o advogado, Song Wu-cheol, ao tribunal.

Lee simplesmente transmitiu os comentários de reuniões individuais com Park para um de seus principais assistentes, Choi Gee-sung, acrescentou o advogado.

O executivo apareceu mais magro em uma camisa branca e terno cinza. Ele permaneceu quase inexpressivo no julgamento, assentindo ocasionalmente quando um de seus advogados reiterou suas anteriores negativas de pagamentos de suborno.

Além de confirmar detalhes pessoais como seu nome e ocupação, Lee permaneceu em silêncio quando o juiz perguntou se ele tinha alguma coisa a dizer em resposta às acusações que ele enfrenta.

Os advogados de Lee disseram que o chefe da Samsung fez pagamentos financeiros em resposta a pedidos da então presidente Park e não buscou favores em troca.

O líder do império de negócios que vai de smartphones a biofarmacêuticos é o único membro da família fundadora entre os conglomerados mais poderosos do país, chamado chaebol, a ser indiciado num escândalo corrupção que levou Park a se tornar a primeira líder democraticamente eleita da Coreia do Sul a ser destituída do cargo.

A própria Park foi presa na semana passada por acusações como a conspiração com Choi para pressionar empresas como a Samsung a contribuir para fundações que apoiaram as iniciativas políticas de sua administração.

(Por Joyce Lee)