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Oposição busca adiar votação da reforma da Previdência em comissão

Marcela Ayres

19/04/2017 11h20

BRASÍLIA, 19 Abr (Reuters) - A oposição se movimentava nesta quarta-feira (19) para adiar a votação da reforma da Previdência na comissão especial que trata do tema na Câmara dos Deputados, buscando frear o ímpeto do governo de acelerar a análise da matéria para a semana que vem.

Em requerimento apresentado nesta manhã, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) pediu que não seja realizada nenhuma reunião na comissão no período de 20 a 28 de abril. Com isso, uma possível votação só seria possível no início de maio.

"Estamos aqui para negociar com eles algo que seja razoável. O relator no começo dos trabalhos falou que nós teríamos um mês ou 15 dias no mínimo de debate na comissão. Agora eles estão querendo votar isso aí na terça-feira que vem, na quarta-feira", criticou Valente, atribuindo a pressa "à questão da Lava Jato".

O deputado afirmou ser necessário tempo para análise diante das últimas alterações feitas na proposta, incluindo ajustes adicionais que foram feitos após apresentação do substitutivo à imprensa.

"O relator vai mudando, volta atrás, vai pra frente", disse.

Atraso

Apesar da sessão na comissão ter sido marcada para 9h desta quarta-feira, os trabalhos foram iniciados somente às 11h, mas sem que o texto do relatório tivesse sido entregue aos parlamentares.

"Não acho respeitoso que em uma sessão marcada para 9h não se tenha relatório até 11h da manhã", disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que pediu a suspensão da sessão.

Ao chegar na comissão mais cedo, o relator da reforma da Previdência na comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), falou sobre mudanças feitas para policiais e mulheres em relação ao texto que havia inicialmente divulgado na véspera e previu "grande vitória" para o governo em votação na semana que vem. 

Na terça-feira, Maia anunciou alterações em diversos pontos do projeto enviado inicialmente pelo governo, alguns considerados essenciais, como o tempo de contribuição e a idade mínima para mulheres, implicando redução de pelo menos 20 por cento da economia planejada para os próximos 10 anos. 

O governo prevê votar a reforma no plenário da Câmara na primeira quinzena de maio. Depois, a proposta vai para o Senado onde, apesar de já estar negociando e não prever embaraços, o governo ainda pode ter que enfrentar problemas na base.

(Edição de Camila Moreira)

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