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Bovespa fecha em queda de 1,67% em movimento de ajuste e com aversão a risco no exterior

17/05/2017 17h49

Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O índice de referência da bolsa paulista fechou em baixa nesta quarta-feira, após subir por seis pregões seguidos, em um movimento de ajuste que teve como pano de fundo o cenário externo de aversão a risco diante de preocupações com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump.

A sessão foi marcada ainda por vencimento de opções sobre o Ibovespa.

O Ibovespa caiu 1,67 por cento, a 67.540 pontos. O volume financeiro somou 8,6 bilhões de reais. Nos seis pregões anteriores, o índice havia acumulado alta de 4,82 por cento.

O cenário de cautela externa veio na esteira de notícias de que o presidente dos Estados Unidos teria pedido ao então diretor do FBI, James Comey, para encerrar investigação sobre as ligações entre o ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca Michael Flynn e a Rússia.

As notícias vindas de Washington aumentam as preocupações em relação à agenda de Trump para a economia, que inclui corte de impostos e investimentos em infraestrutura.

No entanto, operadores seguem otimistas em relação ao mercado acionário brasileiro diante do cenário interno que inclui perspectiva mais positiva para o andamento das reformas, principalmente a da Previdência, além de apostas em um corte mais agressivo da taxa básica de juros.

"Hoje é uma realização normal no mercado, mas a situação externa sempre é um fator que preocupa... Se passarmos por um período mais forte e prolongado de queda lá fora a gente não passa incólume por aqui", disse o economista da Órama Investimentos Alexandre Espirito Santo.

DESTAQUES

- EMBRAER ON caiu 5 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, após analistas do Santander cortarem a recomendação para os ADRs (recibos de ações nos Estados Unidos) da fabricante brasileira de aviões para 'underperform', ante 'compra', destacando a expectativa por um 2018 desafiador.

- JBS ON caiu 3,65 por cento, ampliando as perdas da véspera após o balanço do primeiro trimestre e com as operações da Polícia Federal envolvendo o nome da empresa ainda pesando sobre o papel. Também no radar estavam as expectativas quanto à oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos da subsidiária JBS Foods International. Na véspera, o presidente da JBS disse que ainda vê o segundo semestre como uma janela para a realização do IPO.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,04 por cento e BRADESCO PN teve baixa de 1,97 por cento, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso das ações em sua composição. A sessão foi negativa para o setor bancário como um todo, com BANCO DO BRASIL ON perdendo 2,71 por cento e SANTANDER UNIT em baixa de 1,9 por cento.

- PETROBRAS PN caiu 0,57 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,56 por cento, cedendo à aversão a risco que predominou no mercado acionário e contrariando a alta do petróleo no mercado internacional.

- VALE PNA caiu 1,93 por cento e VALE ON recuou 1,54 por cento, também acompanhando o tom negativo do mercado, apesar do avanço dos contatos futuros do minério de ferro na China.

- QUALICORP ON subiu 0,5 por cento, entre os poucos destaques positivos do Ibovespa, ampliando os ganhos registrados após o balanço trimestral, que levou analistas do Credit Suisse a elevarem o preço-alvo da ação de 26 para 30 reais.