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Fiscais dizem que falta de equipe gerou problema para carne do Brasil

26/06/2017 17h19

SÃO PAULO (Reuters) - O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) disse nesta segunda-feira que falta de equipe e cortes de verbas pelo governo causaram os problemas sanitários com embarques de carne do Brasil que levaram os Estados Unidos a suspender a compra do produto in natura do país.

De acordo com o sindicato, há atualmente cerca de 270 frigoríficos brasileiros que atuam no mercado externo operando sem a presença de fiscais.

Na semana passada, os Estados Unidos suspenderam as importações de carne bovina in natura do Brasil, alegando terem encontrado abscessos na carne e indícios de falência sistemática das inspeções.

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, disse na sexta-feira que nenhum dos problemas encontrados representava riscos à saúde de consumidores, acrescentando que alguns dos animais haviam tido reações adversas a vacinas contra a febre aftosa.

Ele reconheceu que houve falhas no sistema do Brasil, mas disse que também poderiam haver motivações comerciais para a suspensão.

A suspensão dos EUA a carne brasileira ocorre três meses após uma crise generalizada causada pela Operação Carne Fraca, investigação sobre supostas propinas pagas a autoridades sanitárias por processadoras.

O sindicato disse que a falta de pessoal também estava contribuindo com casos de corrupção.

"Quando você tem dois inspetores do governo trabalhando juntos em uma planta de processamento, um fiscaliza o trabalho do outro", disse o presidente da Anffa Sindical, Maurício Porto, em nota enviada por email à Reuters, após pedido de comentário sobre a disputa do comércio de carnes.

O Ministério da Agricultura não tinha comentários imediatos nesta segunda-feira a respeito da declaração da Anffa.

Embora apenas os Estados Unidos tenham implementado uma suspensão absoluta à carne bovina in natura do Brasil, autoridades no Canadá e na União Europeia disseram na sexta-feira que haviam rejeitado alguns embarques de carne brasileira nos últimos meses.

(Por Marcelo Teixeira)