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ONU pede que Peru suspenda negociação com petroleira por direitos indígenas

13/07/2017 16h59

LIMA (Reuters) - Especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) solicitaram ao governo do Peru nesta quinta-feira que suspenda as negociações sobre um novo contrato de exploração de petróleo na fronteira com o Equador até garantir os direitos dos indígenas que vivem na região.

A ONU afirmou em um comunicado que a área em negociação –conhecida como Lote 192 e situada na região amazônica de Loreto, ao norte do país– tem um "longo histórico" de contaminação, conflitos e emergências ambientais.

    O lote é operado desde 2015 pela canadense Frontera Energy (antes Pacific Exploration & Production) e o contrato de gestão atual vence em setembro, segundo a Perupetro, a estatal encarregada de desenvolver o setor.

    O Peru "deve suspender as negociações diretas com as empresas até que se garanta o direito ao consentimento livre, prévio e informado e todos os danos ambientais tenham sido sanados", disse a ONU, citando os especialistas independentes em substâncias perigosas, Baskut Tuncak, e em direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz,

    No início de maio, o presidente de estatal PetroPeru disse que a empresa canadense quer se associar para ampliar sua operação no lote 192, o maior campo de petróleo cru do Peru e cuja produção foi parcialmente interrompida devido a consertos em um oleoduto.

    A Frontera Energy, que também opera na Colômbia, produziu 2.565 barris de petróleo por dia neste ano, valor muito abaixo de seu potencial, segundo cifras da Perupetro.

    Representantes da Frontera Energy no Peru e do governo não estavam disponíveis para comentar a reportagem. Em maio a empresa canadense confirmou à Reuters seu interesse em desenvolver o "potencial" do lote com "altos padrões de responsabilidade social e ambiental".

    (Por Marco Aquino)