EXCLUSIVO-CGG fecha acordo para reestruturação de dívida de US$170 mi
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - A Cantagalo General Grains (CGG), companhia brasileira que produz e negocia commodities como soja e milho, obteve acordo para a reestruturação de sua dívida, disseram executivos da empresa à Reuters.
A companhia têxtil brasileira Coteminas é a acionista controladora da CGG. Sua trading é uma joint venture, na qual a japonesa Sojitz Corp detém 43 por cento.
Pelos termos do acordo, a dívida de 170 milhões de dólares devida pela área de trading da CGG será paga em sete anos, com amortização do principal começando após o terceiro ano.
Alguns dos bancos envolvidos no acordo foram Banco do Brasil, ABN Amro, Rabobank, Banco Bradesco e Banco Santander Brasil, segundo a CGG.
O ABN Amro não respondeu a um pedido de comentário. Banco do Brasil, Rabobank, Bradesco e Santander não quiseram comentar.
A empresa colocou seu terminal portuário de Itaqui, no Maranhão, como garantia para refinanciar essa dívida.
Mais cedo neste ano, a companhia havia refinanciado 10 milhões de dólares de dívidas, disseram executivos.
A CGG agora almeja aumentar a operação e produção de commodities após uma reestruturação na gestão que marcou a saída das operações de algodão.
"Uma das primeiras correções da nova gestão foi de deixar o setor do algodão", disse Brandon Crozier, presidente-executivo desde novembro.
O algodão é intensivo em capital e a CGG não tinha a especialização e balanço necessários para obter sucesso nesse mercado, disse ele.
Neste ano, a CGG quer negociar até 800 mil toneladas de milho, ante 7 milhões de toneladas de grãos em 2014, uma vez que a empresa foca em melhorar as margens de lucro por meio de gestão de capital mais eficiente.
A CGG também está buscando formas de melhorar seu negócio agrícola.
A companhia possui 100 mil hectares de terras, dos quais 70 por cento é agricultável, com capacidade produtiva de 350 mil toneladas de grãos, segundo executivos. Terceiros estão utilizando a terra neste ano enquanto a CGG realiza sua reestruturação.
Quando a CGG retomar as atividades no campo, executivos disseram que eles irão focar em não transgênicos, farelo de soja com alto teor de proteína, orgânicos industriais e rotação de culturas alternativas, como sorgo, o que é esperado que dê uma posição em mercados de nicho.
"Não podemos replicar o que as ABCDs fazem bem", disse Crozier, referindo-se a ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, que dominam a operação global de commodities.
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