PF não vê "condutas criminosas" de Aécio e isenta tucano em inquérito sobre Furnas
BRASÍLIA (Reuters) - Uma investigação feita pela Polícia Federal concluiu que o presidente licenciado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), não praticou "condutas criminosas" e isentou o tucano em inquérito aberto para apurar se ele recebeu propina em contratos em Furnas, por suposta influência que exerceria sobre Dimas Toledo, ex-diretor da estatal.
No relatório conclusivo de 41 páginas enviado nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), o delegado Alex Levi Bersan de Rezende destacou que o conteúdo dos depoimentos tomados e das demais provas produzidas durante as investigações não comprovou o cometimento de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo senador.
O inquérito foi aberto no STF em maio do ano passado, a partir das delações premiadas feita pelo ex-senador pelo PT Delcídio Amaral (MS) e pelo doleiro Alberto Yousseff. A suspeita era que Aécio teria garantido apoio político à permanência de Toledo em Furnas em troca de receber propinas em encontros na estatal.
Ao longo das investigações, uma série de personalidades políticas foi ouvida, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira e o próprio Aécio. Mas a polícia não conseguiu avançar nas investigações.
Ao relatar o inquérito, a PF fez uma crítica velada às colaborações firmadas pelo Ministério Público Federal por não terem trazido elementos que pudessem ajudar na investigação dos crimes.
"Certo, se verá, é que nenhum dos dois ofereceu documentos, ou quaisquer tipos de vestígio material indiciário ou de prova, que pudessem confirmar seus relatos, e trazer a efetividades esperada de uma colaboração que deseja ser premiada", afirmou.
O relatório da polícia foi encaminhado ao ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito. Caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se concorda com as conclusões da PF, pedindo o arquivamento das investigações, ou defender o prosseguimento das apurações.
Em nota, o advogado de Aécio, Alberto Zacharias Toron, defendeu que haja agora o arquivamento do inquérito, com a posterior homologação pelo STF.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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