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Governo negocia quase 100% da oferta com forte deságio em leilões para milho

17/08/2017 14h05

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou em leilões nesta quinta-feira prêmios para apoiar o escoamento de 808,7 mil toneladas de milho, em momento em que o governo implementa mecanismos para ajudar agricultores que sofrem com preços baixos diante da safra recorde.

Com leilões de PEP e Pepro realizados nesta quinta-feira, o governo já negociou subvenção para cerca de 8,27 milhões de toneladas, ou que representa 8,5 por cento da safra brasileira recorde de 97 milhões de toneladas na temporada atual.

Os prêmios são disputados por produtores e comerciantes em leilões reversos. Com a subvenção ao transporte, a ideia é reduzir a oferta e sustentar os preços, que atingiram valores abaixo dos custos em muitas regiões. As operações também ajudam a impulsionar exportações.

No leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), voltado a produtores, o governo negociou nesta quinta-feira a subvenção para 100 por cento da oferta de 240 mil toneladas de milho, em operação semanal que marcou a retomada de negócios com o produto de Mato Grosso, Estado que havia ficado de fora do mecanismo desde meados de julho.

No leilão de Prêmio do Escoamento do Produto (PEP), mais voltado a comerciantes de milho, a Conab negociou subvenção para 568,74 mil toneladas, de uma oferta para 578 mil toneladas.

Em ambas operações, o governo registrou deságios importantes, de até 36 por cento em um lote de Pepro voltado para o Mato Grosso (http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_08_17_12_44_09_pepro_172_milho.pdf), após ter colocado um prêmio inicial mais alto.

Os leilões contemplaram também os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.

No leilão de PEP, o deságio chegou a mais de 40 por cento para um lote de Goiás (http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_08_17_11_07_33_pep_171_resmilho.pdf).

A subvenção concedida neste ano já se configura como a maior ao milho dos últimos anos.

Apesar do apoio governamental, os problemas de infraestrutura e logística estão mais aparentes nesta temporada de safra recorde.

Em muitas regiões de Mato Grosso produtores estão sem espaço em seus silos para colocar o produto e estão deixando o milho a céu aberto.

Além disso, os custos do frete dispararam desde que a colheita da segunda safra começou.