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Argentina Loma Negra pode lançar IPO ainda em setembro, dizem fontes

06/09/2017 17h36

SÃO PAULO (Reuters) - A Loma Negra, maior produtora de cimento da Argentina, contratou bancos de investimento para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que pode ser lançada ainda neste mês, de acordo com três fontes com conhecimento do plano.   

A Intercement Brasil, cujos negócios abrangem do Brasil e da Europa ao norte da África, quer vender ações da Loma Negra na Argentina e nos EUA para aumentar o caixa e reduzir a dívida, disseram as pessoas, que pediram anonimato.    

A Loma Negra pediu registro para o IPO na SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA, na terça-feira. Os coordenadores do IPO incluem Morgan Stanley, Bradesco, Bank of America, Citigroup, HSBC e Itaú Unibanco.    

A Camargo Corrêa, que controla a Intercement, considerou por muito tempo uma venda parcial da Loma Negra, uma vez que a Argentina retrai lentamente o investimento estrangeiro de volta com as políticas favoráveis ​​ao mercado do presidente Maurício Macri.

A família controladora da Camargo Corrêa luta contra os efeitos da recessão no Brasil e uma investigação de corrupção que envolveu a área de engenharia do grupo.

Os recursos do IPO, no qual pode ser vendido até 30 por cento da empresa, serão usados pela Intercement para reduzir a dívida equivalente a 5 vezes o lucro anual antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), disse uma das pessoas.

Representante da Intercement não comentaram de imediato.

O Valor Econômico informou sobre o IPO mais cedo nesta quarta-feira.     

A Camargo Corrêa comprou a Loma Negra em 2005 por 1 bilhão de dólares, a primeira de uma série de aquisições para fortalecer a posição de Intercement em mercados emergentes. A Loma Negra foi fundada em 1926 pelo argentino Alfredo Fortabat.    

Em 8 de dezembro, a Reuters informou que a Camargo Corrêa havia contatado os investidores sobre uma venda privada de uma participação minoritária na Loma Negra.

Possíveis interessados, como empresas de investimento com fatias em grupos industriais não necessariamente da área de cimento, participaram das negociações, que não evoluíram.    

Nos últimos dois anos, com o impacto da recessão e da operação Lava Jato nos negócios, a Camargo Corrêa empreendeu esforços para diminuir de tamanho. Desde então, saiu da CPFL Energia e da empresa de moda Alpargatas em 2015, obtendo quase 3 bilhões de dólares com a venda de fatias em ambas.