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Menos empréstimos estrangeiros e títulos mais longos mitigam aumento da dívida de emergentes, diz BIS

17/09/2017 16h30

LONDRES (Reuters) - Uma mudança de grande escala para títulos emitidos localmente e com datas mais longas nos mercados emergentes ajudou a construir a resiliência contra choques externos apesar do aumento geral dos níveis de endividamento, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).

O BIS, órgão guarda-chuva dos principais bancos centrais, alertou no passado que os países em desenvolvimento estavam entrando em uma nova crise devido ao aumento do endividamento, especialmente na China. Mas seu mais recente relatório identificou que mudanças na composição da dívida foram um fator de mitigação.

“Os empréstimos são majoritariamente feitos em moedas locais, com prazos mais longos e a taxas fixadas. Combinadas, essas tendências ajudam a fortalecer a sustentabilidade das finanças públicas ao reduzir o descasamento cambial e riscos de rolagem”, escreveu o BIS.  

Seu relatório trimestral divulgado neste domingo apontou que a dívida de governos de mercados emergentes ficou em 11,1 trilhões de dólares, dobrando desde 2007. A parcela da dívida pública no Produto Interno Bruto subiu a 51 por cento, 10 pontos percentuais acima dos níveis de 2007.  

Mas apenas 14 por cento da dívida pendente de 23 dos grandes países em desenvolvimento estava em moeda estrangeira, mostraram os dados, abaixo dos 32 por cento do final de 2001.

O BIS também observou que os prazos dos títulos subiu consistentemente em mercados emergentes, com maturidade média de 7,7 anos para sua amostra de 23 países, apenas levemente abaixo da média de 8 anos em países desenvolvidos.

(Por Sujata Rao)