Forças Armadas reforçam segurança na favela da Rocinha, no Rio, após tiroteios
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As Forças Armadas vão atuar ainda nesta sexta-feira na Rocinha para tentar acabar com o clima de guerra que se instalou na comunidade da zona sul do Rio de Janeiro desde o fim de semana.
O pedido de ajuda às tropas federais foi feito pelo governo do Estado nesta manhã, quando ocorreu um novo e intenso confronto na comunidade localizada ao lado de algumas das áreas mais valorizadas da cidade.
"Estava indo para o trabalho e de repente os policiais fecharam o túnel da Rocinha e começaram a circular de fuzil. Foi um pânico porque estava na boca da saída do túnel vendo a correria e ouvindo as rajadas de tiro. Estou tremendo até agora", disse uma testemunha, que preferiu não ser identificada.
O plano de intervenção das Forças Armadas na Rocinha está sendo finalizado.
"Vamos atender ao pedido do governo do Estado e vamos empregar a força necessária para pacificar a região", disse à Reuters o porta voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Roberto Itamar.
O clima é tenso na favela --considerada uma das maiores da América Latina e onde vivem cerca de 100 mil pessoas-- desde o fim de semana, quando mais de 60 criminosos invadiram a comunidade para tentar dominar o tráfico na região. Houve ao menos quatro mortes e várias pessoas feridas desde então. O comércio e o serviço de transportes ficaram prejudicados pelo clima de tensão, além de escolas e creches sem funcionar ou operando parcialmente.
Nessa manhã, houve registro de tiroteios em outras comunidades da cidade.
"Nós não vamos recuar na Rocinha. Ontem descobrimos armamentos e drogas e estamos com indícios de traficantes na Rocinha. Tenho certeza que o que está ocorrendo é uma reação do tráfico ", disse a jornalistas o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
O clima de guerra ocorre em meio ao Rock in Rio, com muitos turistas na cidade.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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