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Mercado brasileiro de cartões volta a crescer 2 dígitos em 2018, prevê Abecs

25/09/2017 13h32

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado brasileiro de cartões deve voltar a crescer no ritmo dois dígitos em 2018, apoiado na retomada do consumo e do maior uso de meios eletrônicos de pagamento no pagamento, previu nesta segunda-feira a entidade que representa o setor, Abecs.

Essa indústria deve fechar 2017 com crescimento próximo de 7,5 por cento, no terceiro ano seguido de expansão inferior a 10 por cento, no encalço da recessão no país.

Segundo o presidente da Abecs, Fernando Chacon, a aceleração do segmento deve vir apoiada na aparente retomada da economia puxada pelo consumo.

"Devemos ter uma combinação de aumento do consumo com contínua migração dos pagamentos para meios eletrônicos", disse Chacon a jornalistas.

O volume de compras pagas com cartões de débito e de crédito subiu 6,7 por cento no segundo trimestre ante mesma etapa de 2016, a 295 bilhões de reais. No ano até junho, a expansão foi de 6,3 por cento, a 580 bilhões.

PRESSÃO SOBRE AS MARGENS

A aceleração pode dar algum alívio para o setor, que também tem sido pressionado por aumento da competição e de mudanças regulatórias nos últimos anos.

Concluindo uma agenda de abertura do mercado implementada pelo Banco Central, todas as chamadas empresas adquirentes devem estar prontas para aceitar todas as bandeiras de cartões na virada do ano, movimento que tende a reduzir as taxas cobradas de lojistas pelo aluguel dos equipamentos (POS) e por transação.

Segundo a Abecs, a taxa média de desconto sobre as compras com cartões de crédito era de 2,69 por cento em junho, ante 2,77 por cento um ano antes. Nas operações com cartões de débito, a taxa média cobrada foi de 1,48 por cento, ante 1,5 por cento.

"Com a competição total entre as adquirentes, a tendência é de que essas taxas caiam mais", disse Chacon.

Em outra frente, os bancos emissores têm tido menos receitas com o financiamento de faturas de cartões, desde que o BC impôs um prazo máximo de 30 dias para uso do rotativo, uma das taxas mais caras de financiamento no país, a partir de abril.

De acordo com a entidade, a taxa mensal média do rotativo desde março caiu de 14,9 para 10,3 por cento.

(Por Aluísio Alves)