Maior mineradora do mundo, BHP diz que 2017 é "ano de virada" para carro elétrico
Por Clara Ferreira-Marques e Gavin Maguire
CINGAPURA (Reuters) - Este ano parece destinado a ser um "ponto de virada" para os carros elétricos, disse nesta terça-feira o diretor-executivo comercial da mineradora BHP, Arnoud Balhuizen, o que deve ser sentido entre os produtores de matérias-primas, com efeitos primeiro no mercado de metais e só depois no de petróleo.
"Em setembro de 2016 nós publicamos um blog e colocamos a questão --poderia 2017 ser o ano da revolução do veículo elétrico?", disse Balhuizen, um veterano na companhia que lidera a estratégia comercial e o marketing da BHP a partir de Cingapura.
"A resposta é sim... 2017 é o ano da revolução sobre a qual nós temos falado. E o cobre é o metal do futuro."
A Europa iniciou uma dramática saída dos motores a combustão interna, mas ao redor do mundo existem atualmente apenas cerca de 1 milhão de carros elétricos, em uma frota global de quase 1,1 bilhão de veículos.
A BHP estima que esse número pode crescer para 140 milhões de veículos até 2035, uma previsão que ela admite estar no limite de suas projeções "mais verdes".
"A realidade é que um veículo elétrico de médio porte ainda precisa de subsídios para competir... então muito vai depender das baterias, da política, da infraestrutura", disse Balhuizen.
Ele afirmou que o boom dos veículos elétricos deve ser sentido primeiro, para os produtores, no mercado de cobre, onde a oferta irá sofrer para atender à demanda em alta. As principais minas do mundo estão envelhecendo e não houve grandes descobertas nas últimas duas décadas.
O mercado, segundo ele, subestimou o impacto sobre esse metal --os veículos totalmente elétricos exigem quatro vezes mais cobre que os carros com motores a combustão.
Mas a BHP, disse o executivo, está bem posicionada, com ativos como as minas de Escondida e Spence, no Chile, e Olympic Dam, na Austrália.
No setor de petróleo, no entanto, o impacto do boom dos carros elétricos pode levar mais tempo para ser sentido.
Balhuizen disse que em um prazo menor, nos próximos 10 a 15 anos, as melhorias nos motores de combustão interna terão um impacto mais significativo sobre a demanda por combustível do que os carros elétricos.
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