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State Grid toma fôlego para buscar novos negócios após dobrar aposta no Brasil

28/09/2017 18h01

Por Luciano Costa

PARACAMBI, Rio de Janeiro (Reuters) - Sete anos após estrear no Brasil com uma aquisição bilionária de linhas de transmissão de energia, a elétrica chinesa State Grid, uma das maiores empresas do mundo, está satisfeita com os resultados de seus negócios no país e segue com forte apetite por expansão.

Mas a companhia agora precisa de algum tempo para avaliar as diversas oportunidades de investimento disponíveis e escolher as que podem gerar maior sinergia com seus ativos locais, disse nesta quinta-feira um alto executivo oriental.

A tomada de fôlego vem após os chineses dobrarem a aposta no país mesmo em meio a uma recessão histórica, ao acertar entre o final do ano passado e o início de 2017 a compra do controle da CPFL Energia, maior elétrica privada brasileira, em um negócio avaliado em 14,2 bilhões de reais.

O movimento da State Grid aproveitou um momento de fraqueza da construtora Camargo Corrêa, que era a maior acionista da CPFL e passou por uma crise que a obrigou a vender ativos após ser um dos alvos da Operação Lava Jato.

Agora, o cenário do Brasil já começa a dar sinais positivos, disse o diretor geral de cooperação internacional da State Grid, Zhu Guangchao, que citou como exemplos o início de uma recuperação na economia e de um ciclo de redução na taxa de juros de referência, a Selic, que reforçam a confiança no mercado local.

"Estamos avaliando várias oportunidades no Brasil, mas precisamos de tempo para analisar, para ver quais ativos têm melhor sinergia com o que temos agora... estamos muito interessados nas áreas de transmissão, distribuição e energias renováveis", disse ele a jornalistas.

"Durante esses sete anos, sempre tivemos grande confiança nesse mercado, e creio que agora a economia do Brasil começa a dar sinais de melhora, por isso confiamos ainda mais... a State Grid mantém uma estratégia de longo prazo, com certeza nosso negócio no Brasil vai crescer", comentou Zhu, nos bastidores do lançamento da pedra fundamental das obras de um enorme linhão de ultra-alta tensão que a companhia construirá entre o Pará e o Rio de Janeiro, orçado em 9,6 bilhões de reais.

A State Grid Brazil Holding controla 5,5 mil quilômetros em linhas de transmissão já em operação, além de possuir outros 9,3 mil quilômetros com investimentos em andamento nas quais é a única acionista, e 4,68 mil quilômetros em investimentos em que a companhia é controladora com 51 por cento de participação.

Após comprar a CPFL e sua controlada CPFL Renováveis, a companhia passou a deter também concessionárias de distribuição de eletricidade no Sudeste e no Sul do país, além de um importante parque gerador --com hidrelétricas, parques eólicos, usinas à biomassa e um empreendimento solar.