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Embraer prevê 2018 mais fraco devido a transição para nova geração de aeronaves E2

27/10/2017 10h37

SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer disse nesta sexta-feira que a receita e o lucro do próximo ano podem sofrer durante a transição para a nova geração de aeronaves comerciais E2, com desaceleração das entregas e consumo de capital.

A primeira perspectiva de desempenho da Embraer para o ano de 2018 foi divulgada após a empresa registrar lucro líquido de 351 milhões de reais no terceiro trimestre, superando a previsão de consenso da Thomson Reuters de cerca de 237 milhões de reais (72 milhões de dólares).

O resultado mostra uma recuperação em relação ao prejuízo líquido de 111,4 milhões de reais registrado no terceiro trimestre de 2016, quando a empresa registrou custos extraordinários relacionados a cortes de pessoal e encerramento de uma ação judicial nos Estados Unidos e Brasil sobre corrupção.

A terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo disse que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) mais que dobrou para 443 milhões de reais no terceiro trimestre, ante 174 milhões de reais no mesmo período do ano passado.

A perspectiva desafiadora para 2018 destaca o quanto a empresa depende da sua nova linha de jatos de 70 a 130 passageiros, com a qual irá competir, com o modelo maior, com as aeronaves CSeries, da joint venture entre a Airbus e a Bombardier.

"A Embraer espera que 2018 seja um ano de transição, com a entrada em operação do primeiro modelo E2, o E190-E2, aliada a um mercado ainda estável nos segmentos de Aviação Executiva e de Defesa & Segurança", disse a empresa.

A Embraer projeta uma demanda estável de jatos executivos, com a entrega de 105 a 125 unidades leves e grandes em 2018. A Embraer prevê uma redução das entregas de jatos comerciais para 85 a 95 aeronaves, ante previsão de entrega de 97 a 102 aeronaves comerciais neste ano.

O custo adicional da expansão para a produção de um novo modelo também deve pesar sobre a rentabilidade, disse a Embraer, prevendo que o lucro antes de juros e impostos (Ebit) representará entre 5 e 6 por cento da receita de 2018. A chamada margem Ebit deste ano está prevista para ficar entre 8 e 9 por cento.

"Como resultado das estimativas de receita e lucro operacional, assim como outros fatores como o nível de investimentos e capital de giro, a companhia antecipa em 2018 um consumo de fluxo de caixa livre de no máximo 150 milhões de dólares", disse a empresa.

Às 10h34, as ações da Embraer recuavam 2,95 por cento na B3, pior desempenho do Ibovespa, que tinha variação positiva de 0,05 por cento.

(Por Brad Haynes e Raquel Stenzel)