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Indicado ao Fed, Powell, passa de hawkish a defensor da ênfase de Yellen no emprego

28/11/2017 07h20

Por Howard Schneider e Ann Saphir

WASHINGTON/SAN FRANCISCO (Reuters) - Como indicado para liderar o Federal Reserve, o diretor Jerome Powell compartilha da visão da chair Janet Yellen de que o dinheiro fácil do banco central dos Estados Unidos rendeu frutos ao levar milhões de volta ao trabalho sem qualquer sinal claro de desequilibrar os mercados.

Em declarações divulgadas antes de sua audiência no Comitê Bancário do Senado, nesta terça-feira, Powell disse que o Fed precisa da habilidade "para responder decisivamente e com força apropriada" a novas ameaças à economia.

No passado, entretanto, Powell foi mais cauteloso em relação aos riscos apresentados por tal postura expansiva. Em seus primeiros meses no Fed, Powell ficou entre os que pressionaram o então chair Ben Bernanke por mais clareza sobre quando o banco central começaria a reduzir suas compras de títulos. Quando Bernanke tornou esses planos públicos, isso provocou uma alta nos juros do mercado no verão de 2013, forçando Bernanke, Powell e outros a buscar controlar os danos.

Agora que Powell, 64, se prepara para liderar o Fed, ex-colegas, sócios e ex-funcionários do Fed dizem que as principais questões não respondidas são sobre se sua evolução --de ex-banqueiro de investimento a um defensor da postura de Yellen de colocar o emprego em primeiro lugar --representa uma mudança de posição ou um legado de Yellen para o atual debate.

Powell herdará uma economia forte, inflação baixa e uma política monetária clara no curto prazo definidas por Yellen.

O que não está claro é como ele responderá a outro choque recessionário, disse à Reuters o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, que também passou de hawk a dove.

"Powell estará disposto a ser tão agressivo quanto Yellen?", questionou Kocherlakota.

Powell passará por uma avaliação particular como o primeiro não-economista a comandar o Fed desde William Miller na década de 1970, que estava em conflito com os mercados e seus colegas sobre sua relutância em elevar os juros para combater a inflação em alta.

Powell, advogado de formação, trabalhou três anos no Tesouro no começo da década de 1990, mas passou a maior parte de sua carreira em bancos de investimentos e private equities.