BCE melhora projeções econômica, mas mantém política monetária de estímulo
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) elevou as previsões de crescimento e inflação para a área do euro nesta quinta-feira, mas manteve a promessa de estímulo o tempo que for necessário, prevendo que a inflação permanecerá abaixo do objetivo até 2020.
A autoridade monetária manteve os juros nas mínimas recordes, confirmou que as compras mensais de títulos serão reduzidas para 30 bilhões de euros por mês a partir de janeiro e informou que está pronta para expandir ou prolongar as compras de títulos se a perspectiva de inflação piorar.
Isso tudo apesar das pressões de alguns membros para reconhecer explicitamente a força da recuperação da zona do euro e seguir de forma mais próxima à tendência de aperto do Federal Reserve, banco central norte-americano.
"Em suma, a revisão das projeções macroeconômicas está indo na direção certa", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em entrevista à imprensa, observando que o crescimento salarial moderado sugeriu que um "amplo" estímulo ainda é necessário.
Draghi disse ainda que estava mais confiante, em coparação há dois meses, que o objetivo da inflação poderia ser atingido e que não viu nenhum efeito negativo do aperto do Fed dos EUA, com o último aumento de taxas anunciado na véspera.
O BCE decidiu em outubro prorrogar as compras mensais de títulos em nove meses e reduziu-as para 30 bilhões de euros, ante 60 bilhões de euros. Os economistas entrevistados pela Reuters esperavam que o banco apresentasse uma trajetória constante, limitando qualquer debate sobre a próxima medida.
Com a decisão desta quinta-feira, a taxa de depósito, atualmente a principal ferramenta de juros do BCE, continuou em -0,40 por cento.
A principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, foi mantida em zero, enquanto a taxa de empréstimo continua em 0,25 por cento.
O BCE, que tem como meta inflação de pouco menos de 2 por cento, projetou aceleração da alta dos preços nos próximos anos até atingir 1,7 por cento em 2020.
Também melhorou a projeção de crescimento para 2017 para 2,4 por cento, sobre 2,2 em previsão anterior. A previsão para 2018 foi a 2,3 por cento, ante 1,8 por cento, e a de 2019 subiu para 1,9 por cento, contra 1,7 por cento anteriormente. Para 2020 o banco projetou expansão da economia de 1,7 por cento.
(Por Balazs Koranyi)
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