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TRF4 nega pedido de Lula para depor novamente antes de julgamento de recursos

16/01/2018 21h00

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O relator dos processos da Lava Jato no Tribunal Regional da 4a Região, João Pedro Gebran Neto, negou nesta quarta-feira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o pedido para que fosse ouvido pelo TRF antes do julgamento de seus recursos, no dia 24 deste mês.

De acordo com nota da assessoria do TRF4, o desembargador considerou que a repetição do depoimento de Lula em segunda instância exigiria o reconhecimento de eventual nulidade do primeiro, feito ao juiz federal Sérgio Moro. Para que essa decisão fosse tomada, envolveria o exame de matéria somente passível de deliberação pelo colegiado da 8ª Turma, que julga os processos da Lava Jato.

A defesa de Lula entrou com uma renovação do pedido para ser ouvido no início deste mês, depois que o primeiro, impetrado em setembro, não chegou a ser analisado. A defesa alega que no primeiro depoimento, em Curitiba, Lula teve cerceado seu direito de defesa.

"Quando o ex-presidente prestou depoimento lá (em Curitiba), o juiz (Moro), de um lado formulou questionamentos absolutamente estranhos à ação e, de outro, impediu que pudesse desenvolver um raciocínio em relação aos fatos da ação penal", justificou o advogado de Lula, Cristiano Zanin, em entrevista à Reuters.

PORTO ALEGRE

O presidente já havia desistido de ir a Porto Alegre no dia do seu julgamento, como se previa inicialmente, e deve acompanhá-lo em São Paulo, ao lado de aliados. Lula só mudaria de ideia caso fosse autorizado a ser ouvido no dia anterior ao julgamento.

Para os dias 22 e 23 foram organizadas diversas atividades de apoio ao ex-presidente na capital gaúcha, incluindo debates, manisfestações e uma vigília em frente ao tribunal, que poderiam contar com a presença do petista, mas uma fonte disse que ele não pretende ir para Porto Alegre neste momento.

No dia 25, independentemente do resultado do julgamento, a candidatura de Lula à Presidência da República será confirmada em um ato, às 10h, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)