Produção de petróleo da Venezuela cai para mínima em 28 anos em meio a crise
Por Marianna Parraga e Alexandra Ulmer
HOUSTON/CARACAS (Reuters) - A produção de petróleo da Venezuela caiu cerca de 13 por cento no ano passado, segundo dados divulgados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nesta quinta-feira, atingindo uma mínima anual em 28 anos que sugere um aprofundamento na crise econômica do país e maiores riscos de um calote nas dívidas.
O país sul-americano produziu 2,072 milhões de barris por dia (bpd) em 2017, contra 2,373 milhões de bpd no ano anterior, uma queda de quase 300 mil bpd. Foi a maior retração entre os 13 países da Opep que se comprometeram com cortes de produção recentemente prorrogados para até o final de 2018.
Ao contrário dos cortes voluntários de produtores como a Arábia Saudita e a Rússia que buscavam elevar os preços, a Venezuela não tem conseguido evitar a queda de sua produção por seis anos consecutivos.
Uma destrutiva mistura de investimentos insuficientes, atrasos em pagamentos a fornecedores, sanções dos Estados Unidos e fuga de profissionais qualificados do país tem prejudicado a indústria de petróleo venezuelana.
A queda na produção também atingiu as exportações de petróleo -principal fonte de moeda estrangeira do país para pagamento de dívidas- e o refino, criando situações de escassez ocasional do combustível no país e em alguns de seus principais aliados, como Cuba.
A derrocada venezuelana é notável para um país da Opep que abriga as maiores reservas mundiais de petróleo. A retração da produção petrolífera também tem contribuído para piorar a recessão e a hiperinflação que tem resultado em milhões de pessoas que não conseguem fazer sequer três refeições por dia.
"O desastre continua", escreveu no Twitter o parlamentar de oposição Elias Matta nesta quinta-feira, após a divulgação dos dados da Opep.
O Ministério do Petróleo da Venezuela e a estatal PDVSA não responderam a pedidos de comentário.
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