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Preços de combustíveis caem nos postos; interrompem altas após queixas do governo

Roberto Samora

15/02/2018 20h47

SÃO PAULO (Reuters) - Os preços da gasolina, diesel e etanol vendidos nos postos brasileiros registraram queda após uma série de ganhos semanais consecutivos neste ano, que levaram os valores para máximas históricas, informou nesta quinta-feira (15) a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A cotação média da gasolina na bomba recuou 0,21% entre 4 a 10 de fevereiro, na comparação com a semana anterior, para R$ 4,212 por litro.

O valor médio do diesel no país recuou 0,2%, para R$ 3,388 por litro, na mesma comparação, enquanto o etanol hidratado caiu 0,07%, para R$ 3,021 por litro.

Os recuos verificados nas bombas, após valores recordes nominais (sem considerar a inflação), tiveram menor intensidade do que os anunciados pela Petrobras na semana do levantamento da ANP.

Reduções após reclamações

No período analisado, a Petrobras anunciou várias reduções diárias no diesel: de 1,8% para 7 de fevereiro; 0,7% no dia 8; 2,6% no dia 9; e 0,2% no dia 10. Algo semelhante ocorreu para a gasolina: quedas de 1,5% no dia 8 e 3% no dia 9.

Os reajustes positivos da Petrobras se deram apenas no dia 6: 0,6% para o diesel e 0,5% para a gasolina.

A redução de preços foi verificada na mesma semana em que autoridades, como o presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, reclamaram que as reduções implementadas pela Petrobras não estavam chegando nas bombas.

Houve até mesmo declarações de que o setor de combustíveis praticaria cartel, da parte do ministro Moreira Franco, que encaminhou o assunto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Os setores de revendas e distribuição de combustíveis, contudo, refutaram comentários de autoridades de que um suposto cartel impediria o repasse de cortes de preços realizados pela Petrobras, afirmando que a alta nas cotações nos postos para níveis recordes está associada à elevada carga de tributos.

O segmento afirma que o país conta com cerca de 40 mil postos que concorrem no mercado, e que o repasse de preços da Petrobras não ocorre imediatamente aos reajustes realizados pela estatal, devido a questões técnicas e operacionais.