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Brasil tem superavit primário recorde em janeiro, de quase R$ 47 bi, mas dívida cresce

Marcela Ayres

28/02/2018 14h39

BRASÍLIA (Reuters) - Com maior arrecadação federal em janeiro e boa performance de Estados e municípios, o Brasil registrou superavit primário recorde de R$ 46,940 bilhões, um bom começo de ano e no caminho para cumprir a meta fiscal.

O resultado é o melhor mensal já registrado na série histórica do Banco Central iniciada em 2001. Em pesquisa Reuters, a expectativa para janeiro era de que a economia feita para pagamento de juros da dívida pública ficaria em R$ 29,125 bilhões.

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O dado acima do esperado veio principalmente pelo superavit primário de R$ 36,530 bilhões do governo central (governo federal, BC e Previdência). Na véspera, o Tesouro já havia apontado que o forte desempenho teve ajuda da arrecadação, que vem respondendo à retomada da economia, e receitas extraordinárias com o Refis, programa de renegociação tributária.

Em 12 meses, o deficit primário do setor público consolidado foi a R$ 100,355 bilhões, equivalente a 1,53% do Produto Interno Bruto (PIB), melhor que a meta do ano, de rombo de R$ 161,3 bilhões.

Os governos regionais também registraram superavit expressivo, de R$ 10,536 bilhões, sendo R$ 8,538 bilhões de Estados e R$ 1,998 bilhão de municípios. Já as empresas estatais exibiram deficit primário de R$ 126 milhões.

O BC informou ainda que o resultado nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros-- veio positivo em R$ 18,626 bilhões em janeiro, o que não ocorria desde o mesmo mês do ano passado (+R$ 299,39 milhões).

Dívida cresce

Apesar do primário recorde, em janeiro a dívida líquida subiu a 51,8% do PIB, contra 51,6% em dezembro. Segundo o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o principal fator foi o efeito do ajuste cambial, já que no período houve queda de cerca de 4% do dólar sobre o real. Na prática, isso diminuiu o valor em reais das reservas internacionais do país.

Já dívida bruta, que não incorpora as reservas, avançou a 74,5% do PIB, contra patamar de 74% no último mês do ano passado.

Segundo Rocha, nesse caso o fator determinante foi a emissão líquida de R$ 24,581 bilhões, recursos que foram tanto para o mercado quanto para o Banco Central. No mês, acrescentou ele, houve a injeção de R$ 88,043 bilhões em compromissadas para enxugar a liquidez do mercado.

Para fevereiro, o BC prevê que a trajetória de alta seguirá tanto para a dívida líquida quanto para a bruta, a 52,1% e 74,9% do PIB, respectivamente.