Energia solar tem expansão duas vezes maior que combustível fóssil em 2017
LONDRES/OSLO (Reuters) - Projetos de energia solar na China dominaram a expansão global da capacidade de geração renovável no ano passado, que somou 157 gigawatts em novas usinas ao redor do mundo, mais que o dobro do crescimento dos combustíveis fósseis, mostrou um relatório apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta-feira (5).
No total, um recorde de 98 gigawatts em capacidade solar foi adicionado ao redor do mundo em 2017, com a China contribuindo com mais de metade disso, ou 53 gigawatts, segundo o estudo da ONU, da Frankfurt School-UNEP Collaborating Centre e da Bloomberg New Energy Finance.
A expansão da energia renovável, incluindo também usinas eólicas, movidas a biocombustíveis e geração geotérmica, ultrapassou os 70 gigawatts em capacidade líquida adicionada em novos empreendimentos com combustíveis fósseis em 2017, segundo o levantamento.
"Nós estamos em um ponto de virada... dos combustíveis fósseis para o mundo renovável", disse o chefe da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, à agência de notícias Reuters.
Os mercados estão aí e as renováveis podem competir com o carvão, elas podem competir com petróleo e gás.
Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente
Combustível fóssil ainda domina geração de energia
Os combustíveis fósseis, no entanto, ainda dominam a capacidade existente de geração. Usinas solares, eólicas, de biomassa e outras renováveis geraram 12,1% da eletricidade do mundo em 2017, ante 5,2% há uma década.
Os investimentos globais em renováveis subiram em 2% frente ao ano anterior, para US$ 279,8 bilhões em 2017, sendo que a China dominou os aportes, com US$ 126,6 bilhões. O valor é um recorde histórico e 45% do total global.
Custos muito menores... são o principal fator de investimentos em energia solar ao redor do mundo.
Angus McCrone, editor chefe da Bloomberg New Energy Finance e autor do relatório
A energia solar na China tem se beneficiado ainda de políticas para apoiar a indústria, reduzir a poluição do ar e desacelerar a mudança climática, adicionou ele.
Segundo o estudo, o custo de geração solar em grandes usinas fotovoltaicas caiu em 15% no ano passado, para US$ 86 por megawatt-hora.
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