Mundo precisa encontrar solução duradoura para Síria, diz Temer
Por Lisandra Paraguassu
LIMA (Reuters) - O presidente Michel Temer manifestou preocupação com a escalada de violência no guerra na Síria e pediu envolvimento dos países envolvidos para uma solução duradoura, baseada no direito internacional, para o conflito.
"Há uma profunda preocupação no nosso país com a escalada do conflito militar na Síria. Já é passada a hora de encontrarmos soluções duradouras baseadas em direito internacional. Uma guerra que se estende já há tempo demais, com perdas humanas demais", disse Temer.
O presidente condenou o uso de armas químicas por parte do governo sírio e pediu o engajamento da comunidade internacional em uma solução definitiva, mas evitou atacar diretamente o ataque ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiado pela Grã Bretanha e França.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que o Brasil repudia o uso de armas químicas mas está preocupado com o aumento das ações militares na Síria e defende uma solução política para a guerra civil naquele país.
"Estamos muito preocupados com o aumento das ações militares na Síria, assim como já estávamos, reitero, muito preocupados com as graves denúncias ataques químicos", disse o ministro a jornalistas em Lima, onde participa da Cúpula das Américas.
Forças norte-americanas, britânicas e francesas bombardearam a Síria com mais de 100 mísseis neste sábado nos primeiros ataques ocidentais coordenados contra o governo de Damasco, tendo como alvo o que chamaram de centros de armas químicas em retaliação a um ataque com gás venenoso, que acusam ser de responsabilidade do governo sírio.
"Aguardamos a conclusão o mais rápido possível das investigações no âmbito da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas), para que se possa punir os responsáveis", acrescentou Aloysio Nunes. "O Brasil defende uma solução política negociada pelos sírios que preserve a unidade territorial do país."
O ministro disse ainda que entrou em contato com o pessoal diplomático brasileiro na capital síria, Damasco, e que "não houve danos colaterais".
O Itamaraty deve soltar em breve uma nota sobre os ataques na Síria por potências ocidentais. Questionado se isso tirava importância da cúpula de Lima, o ministro brasileiro disse acreditar que não seja o caso.
Mas diplomatas brasileiros ouvidos pela Reuters afirmaram que o ataque tira a atenção de uma cúpula já esvaziada pela ausência do próprio Trump, e as dificuldades de tratar de temas centrais para a região, como a crise na Venezuela.
O presidente Michel Temer deve tratar também do tema no fim de seu discurso na plenária presidencial da cúpula das Américas.
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