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Lucro do banco espanhol Santander sobe 10% no 1º trimestre puxado por Brasil

Jesús Aguado

Madri

24/04/2018 11h32

O Banco Santander abriu nesta terça-feira (24) a temporada de resultados bancários da Espanha com um aumento de 10% no lucro líquido do primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, superando as previsões dos analistas e ajudado por fortes negócios no Brasil, seu maior mercado.

Os negócios do Santander na América Latina permitiram que o banco lidasse com margens apertadas de crédito na Europa, o que está pressionando seus rivais na Espanha, como BBVA e Caixabank.

No Brasil, onde obtém cerca de 26% de ganhos, o lucro líquido do Santander subiu 7% no ano, por conta do aumento sólido do crédito, disse o banco espanhol. O Santander Brasil deve divulgar seu resultado no primeiro trimestre após o fechamento do mercado nesta terça-feira.

Maior banco da zona do euro

No Reino Unido, o terceiro maior mercado do Santander, o lucro caiu 23%, conforma as baixas contábeis subiram para 60 milhões de libras em seu negócio de banco corporativo global. O movimento refletiu principalmente um encargo adicional para um cliente, que passou à inadimplência em 2017, assim como um encargo de baixa contábil relacionada ao colapso da empresa de construção britânica Carillion.

O Santander, maior banco da zona do euro em valor de mercado, divulgou lucro líquido de 2,05 bilhões de euros (US$ 2,5 bilhões) nos três primeiros meses do ano, ante lucro de 1,87 bilhão de euros registrado um ano antes. Analistas previam 2,01 bilhões de euros de acordo com pesquisa Reuters.

A receita líquida de juros, uma medida de ganhos sobre empréstimos menos os custos dos depósitos, foi de 8,45 bilhões de euros, um aumento de 0,6% em relação ao ano passado, ante expectativa de 8,49 bilhões de euros.

Analistas disseram que os resultados foram em sua maioria em linha e destacaram um forte desempenho na América Latina e nos Estados Unidos, mas com receita principal no Reino Unido abaixo do esperado.

Brasil é 'motor do crescimento'

Analistas do Deutsche Bank disseram que o Brasil permaneceu como destaque positivo para o banco. "De forma geral, os resultados amparam nossa tese de que o Brasil é o motor de crescimento para o banco, mais do que compensando as pressões vistas em outros lugares, como Espanha e Reino Unido", disse a equipe do Deutsche em nota.

A presidente-executiva do Santander, Ana Botin, disse que o ano começou bem, com o grupo gerando crescimento no lucro de dois dígitos, guiado por fortes resultados no Brasil, Espanha e México, e melhora no desempenho nos Estados Unidos.

O lucro líquido nos Estados Unidos subiu 32%. Recentemente, o Santander disse que estava confiante de que seu negócio no país alcançaria crescimento "significativo" do lucro ao longo dos próximos anos, uma vez que continua otimizando sua estrutura de capital.

A Espanha tornou-se o segundo maior mercado do banco no primeiro trimestre, depois de consolidar o banco Popular em sua contabilidade no terceiro trimestre, após a aquisição em junho. O lucro líquido na Espanha subiu 26%, embora a receita líquida com juros tenha permanecido pressionada ante o trimestre anterior devido às baixas taxas de juros.