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Fifa bane Marco Polo Del Nero para sempre por recebimento de propina

27/04/2018 13h32

Por Brian Homewood e Rodrigo Viga Gaier

ZURIQUE/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente suspenso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, foi banido para sempre do futebol e multado em 1 milhão de francos suíços (cerca de 1 milhão de dólares) pelo comitê de ética da Fifa por ter recebido propina, anunciou a federação internacional de futebol nesta sexta-feira

A Fifa informou que Del Nero foi investigado devido a envolvimento em "esquemas nos quais ele recebeu propina por seu papel na concessão de contratos a empresas pelos direitos de mídia e de marketing de vários campeonatos de futebol", incluindo a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil.

Del Nero, que estava afastado da presidência da CBF desde que fora suspenso preventivamente por 90 dias pela Fifa em dezembro do ano passado devido às investigações, será substituído no cargo pelo vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, que já estava interinamente à frente da entidade, de acordo com nota oficial da CBF.

Logo após o anúncio do banimento, o dirigente disse à Reuters que considera a decisão da Fifa “um grande absurdo”, e que vai recorrer. “Vi sim a notícia da Fifa e só posso classificar a decisão como um grande absurdo”, disse em rápida entrevista por telefone.

Os advogados de Del Nero disseram em nota que a investigação conduzida pelo comitê de ética da Fifa "não foi capaz de produzir qualquer prova referente ao seu suposto envolvimento em esquema de corrupção", e citaram "incontáveis violações processuais cometidas".

"Por isso, o sr. Marco Polo Del Nero recorrerá da decisão e tem a convicção de que a punição de primeira instância será reformada mediante análise por tribunal independente e não sujeito a interferências externas", afirmou o escritório Bichara e Morra Advogados em nota.

Del Nero, ex-membro do comitê executivo da Fifa e eleito presidente da CBF em abril de 2014, está entre os 42 dirigentes de futebol e executivos de marketing esportivo indiciados nos Estados Unidos em 2015 em um escândalo de corrupção que provocou a maior crise da história da Fifa.

Os dois predecessores imediatos de Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, também estão entre os indiciados nos Estados Unidos. Marin está atualmente sendo julgado nos EUA, enquanto Del Nero e Teixeira permaneceram no Brasil, que não permite a extradição de seus cidadãos.