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Inflação anual nos EUA medida pelo PCE salta em março; gastos do consumidor avançam

30/04/2018 10h28

WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor dos Estados Unidos aceleraram no ano até março, com a taxa de inflação subindo para perto da meta de 2 por cento do Federal Reserve uma vez que as leituras fracas do ano passado saíram do cálculo.

A alta nas medidas anuais de inflação informada pelo Departamento de Comércio dos EUA nesta segunda-feira era esperada por economistas e autoridades do banco central do país e não deverá alterar o ritmo gradual de aumento da taxa de juros do Fed.

Os preços ao consumidor medidos pelo índice PCE saltaram 2 por cento na base anual em março. Esse foi o maior aumento desde fevereiro de 2017, após alta de 1,7 por cento em fevereiro.

Na comparação mensal, o índice ficou estável, depois de subir 0,2 por cento em fevereiro.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços do PCE subiu 1,9 por cento nos 12 meses até março, o maior aumento desde fevereiro de 2017, após ter subido 1,6 por cento em fevereiro. O chamado núcleo do PCE subiu 0,2 na comparação mensal, após avanço similar em fevereiro.

O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida do Fed, e o resultado do mês passado ficou em linha com as expectativas dos economistas.

A ata da reunião de política monetária de 20 a 21 de março do Fed, divulgada este mês, mostrou que as autoridades esperavam que os índices anuais de preços do PCE acelerem em março, em parte devido ao "efeito aritmético das leituras mais brandas sobre a inflação no início de 2017 que saem do cálculo".

A ata também destacou que o aumento da inflação proveniente dos chamados efeitos base "por si só, não justificaria uma mudança na trajetória projetada" pelo banco central para a taxa de juros.

O Fed se reúne na quarta e na quinta-feira para a reunião de política monetária, depois de ter elevado os juros no mês passado e prever mais dois aumentos neste ano.

Deixando de lado os efeitos de calendário, a inflação está aumentando graças ao aperto no mercado de trabalho. O governo informou na sexta-feira passada que os salários registraram o maior aumento em 11 anos no primeiro trimestre.

O crescimento econômico mais rápido, impulsionado por uma revisão tributária que cortou 1,5 trilhão de dólares em impostos e o aumento dos gastos do governo, também é visto como combustível da inflação.

O relatório do Departamento de Comércio divulgado nesta segunda-feira também mostrou que os gastos do consumidor aumentaram 0,4 por cento em março, depois de ficarem inalterados em fevereiro. Os dados foram incluídos no relatório do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre da última sexta-feira.

(Por Lucia Mutikani)