Irã diz que exportações de petróleo não serão muito afetadas se UE salvar acordo nuclear
Por Alissa de Carbonnel
TEERÃ (Reuters) - O ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, disse neste sábado que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de se retirar do acordo nuclear multilateral não afetará as exportações de petróleo de Teerã se a União Europeia salvar o trato.
“Toda nova decisão da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) precisa ser unânime. Eu acredito que, se a União Europeia nos ajudar, o nível de exportação de petróleo do Irã não mudará”, afirmou Zanganeh a repórteres após um encontro com o chefe de energia da UE, Miguel Arias Cañete.
Após a decisão de Trump em 8 de maio, o Tesouro dos EUA disse que Washington retomaria as sanções ao Irã após o fim do período de carência, incluindo punições ao setor de petróleo e transações com o banco central do país.
A UE pretende salvar o acordo nuclear fechado em 2015, que oferece à república islâmica um alívio nas sanções econômicas em troca de cortes no programa nuclear do país. A Europa vê no acordo um importante elemento de segurança internacional.
Durante a última rodada de sanções, as vendas de petróleo do Irã caíram em cerca de um milhão de barris por dia, mas a nação voltou a ser uma grande exportadora após a queda das sanções, em 2016.
Contudo, importantes empresas europeias permaneceram relutantes em fazer negócios com o país, que precisa atrair cerca de 100 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros para impulsionar a produção de petróleo.
“Não tenho dúvidas de que essas sanções extraterritoriais dos EUA contra o Irã terão impacto no investimento (externo)”, disse Zanganeh. “Não vai parar, mas vai reduzir a taxa de crescimento.”
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