Caminhoneiros voltam a bloquear rodovias e porto de Santos; movimento prevê adesão maior
SÃO PAULO (Reuters) - Caminhoneiros voltam a bloquear rodovias e o porto de Santos (SP) nesta terça-feira, dando continuidade ao protesto de segunda-feira que pede a redução da carga tributária sobre o diesel, o combustível mais consumido no país.
Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que organiza o movimento, ao menos oito Estados registram manifestações até o momento: Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Não estava claro se eram interdições parciais ou totais.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) não tinha de imediato um levantamento atualizado sobre os bloqueios.
A Abcam, contudo, prevê uma adesão maior aos protestos nesta terça-feira ante a véspera, que contou com cerca de 200 mil caminhoneiros em 19 Estados e levou integrantes da cúpula do governo a se reunirem com o presidente Michel Temer para tratar do assunto.
A expectativa é de que haja um diálogo com a Petrobras ainda nesta terça-feira. Desde que a petroleira passou a reajustar quase que diariamente os preços dos combustíveis, seguindo o mercado internacional e o câmbio, o diesel acumula alta de cerca de 50 por cento nas refinarias.
Os protestos levantam receios quanto ao escoamento da safra agrícola deste ano, uma vez que ocorrem justamente em importantes Estados produtores, incluindo Mato Grosso e Paraná, os dois maiores.
No porto de Santos, o maior do Brasil, por onde sai boa parte da safra nacional, um caminhão bloqueia totalmente a passagem de veículos na margem do Guarujá, segundo a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Na margem de Santos, a manifestação é pacífica, mas o fluxo de caminhões é praticamente nulo porque as empresas já se programaram para não realizar o transporte em meio aos protestos, disse a Codesp, acrescentando que as operações de embarque e desembarque de navios ocorrem normalmente dados os estoques nos terminais.
(Por José Roberto Gomes)
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