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Crédito para economia verde cresce 33% no Brasil em 2017, diz Febraban

28/06/2018 08h29

SÃO PAULO (Reuters) - Na contramão da trajetória cadente do crédito corporativo no Brasil nos últimos anos, os financiamentos para projetos ligados à redução da emissão de carbono, eficiência no uso de recursos naturais e inclusão social seguem crescendo forte no país, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Os empréstimos para a chamada economia verde cresceram 33,4 por cento em 2017, para 412,3 bilhões de reais, segundo os dados da entidade. Em relação a 2013, quando a pesquisa começou a ser feita, o montante representa um salto de 233 por cento.

Com isso, a participação dos financiamentos para companhias de economia verde no total dos empréstimos dos bancos em um ano subiu de 18,8 por cento para 27,6 por cento da carteira de crédito de 15 bancos que, somados, representam 86,8 por cento dos 1,7 trilhão de reais da carteira de financiamentos para pessoa jurídica.

O movimento vai na esteira da rápida multiplicação de projetos ligados a energia renovável e biocombustíveis.

"Isso reflete em parte a crescente demanda de empresas e dos próprios bancos por aliar operações a padrões internacionais de práticas ambientais e sociais responsáveis", disse à Reuters o diretor de relações institucionais da Febraban, Mario Sérgio Vasconcelos.

Dentre essas iniciativas está a adesão dos grandes bancos do país aos Princípios do Equador, padrões de gestão de risco, adotados por instituições financeiras para gerenciar riscos ambientais e sociais em projetos.

Embora com expressão bem menor, o mercado de capitais foi na mesma direção, com a captação de recursos via os chamados green bonds, dando um salto de 181 por cento no ano passado, para 8,1 bilhões de reais. A emissão de debêntures verdes cresceu quase 60 por cento no período, para 33,3 bilhões de reais.

Segundo Vasconcelos, apesar da potencial redução de uma série de riscos, inclusive ambientais e legais, que projetos com essas características apresentam, por ora os tomadores ainda não conseguem obter taxas mais baixas de juros.

"Por enquanto são taxas de mercado, mas no futuro acredito que isso começará a acontecer", disse.

(Por Aluísio Alves)