Dólar tem leves oscilações ante real em dia de Ptax e de olho no exterior
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leves oscilações ante o real nesta sexta-feira, tendo como pano o cenário externo e com a formação da taxa Ptax de final de mês deixando o pregão mais instável.
Às 10:35, o dólar avançava 0,32 por cento, a 3,8682 reais na venda, caminhando para fechar junho em alta, o quinto mês seguido de valorização. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,35 por cento.
"O mercado abriu acompanhando o bom humor externo, mas há expectativa de muita oscilação por conta da Ptax", comentou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para diversos contratos cambiais, levando os investidores a "brigarem" pelas cotações que são mais interessante a eles, causando mais vaivém no mercado.
Mas passada a formação da Ptax, que ocorre no início da tarde, o mercado pode seguir mais de perto o mercado externo, segundo especialistas.
No exterior, dólar tinha forte baixa ante uma cesta de moedas e recuava também ante moedas de países emergentes, como o peso mexicano, em dia de fortalecimento do euro após acordo sobre migração na União Europeia.
Os mercados globais têm ficado mais tensos, entre outros, com a possibilidade de guerra comercial global em meio a fortes disputas entre Estados Unidos e China.
Internamente, os investidores continuavam atentos à atuação do BC brasileiro e à rolagem de 14,023 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, que vencem em agosto .
"O volume é grande e o mercado está muito sensível. Nem pensa que o BC não vai rolar esse volume", comentou Amado.
O estoque total de swap estava em 67,414 bilhões de dólares e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, já repetiu diversas vezes que não vê problemas em aumentar esse estoque, se necessário.
Os agentes também acreditavam que o BC seguirá monitorando o mercado de câmbio sem que, necessariamente, atue. Nesta semana, por exemplo, o BC não fez nenhum leilão de novos swaps, depois de ter injetado o equivalente a 43,616 bilhões de dólares com essas operações desde 14 de maio.
(Edição de Patrícia Duarte)
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