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Petrobras nega que parada de plataforma de gás impacte tarifas do setor elétrico

31/07/2018 13h06

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras negou nesta terça-feira que a parada técnica em curso da produção de gás da plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos, causará impacto em tarifas do setor elétrico, após governo pedir à estatal que adie o trabalho, por temer a elevação de preços da energia à população.

A parada da plataforma de Mexilhão, que envolve investimentos de 300 milhões de dólares e mobiliza atualmente mais de 500 pessoas, segundo informou a Petrobras em seu site, teve início há uma semana e irá durar 45 dias.

O objetivo será aumentar a sua capacidade de escoamento de gás no sistema de gasodutos da Rota 1 do pré-sal para atender à produção futura da Bacia de Santos.

A plataforma de Mexilhão produziu, em maio, 5,505 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (m3/d), enquanto a produção total do Brasil, no mesmo mês, foi de 112 milhões de m3/d, segundo os últimos dados publicados pela ANP, agência reguladora do setor de petróleo.

A petroleira ressaltou que, para compensar a parada em Mexilhão, o planejamento realizado pela Petrobras envolveu aumento na oferta nacional por meio da importação de gás natural liquefeito, bem como ajuste na demanda através da parada para manutenção programada de usinas termelétricas em coordenação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O temor do governo e de especialistas, contudo, é de que seja necessário um maior acionamento de térmicas a óleo, mais caras e poluentes, para atender à demanda por energia em meio à falta de boas chuvas nas hidrelétricas.

"A avaliação feita é a de que as medidas garantem a oferta de gás natural durante os 45 dias em que duram as obras, sem impacto em tarifas do setor elétrico, uma vez que a produção concentrada em Mexilhão responde por menos de 10 por cento da oferta no mercado nacional", disse a Petrobras.

A empresa ainda reiterou que o projeto atende a exigências legais de segurança do Ministério do Trabalho (NR-13), além de adaptar as instalações para o escoamento da crescente produção de gás natural no pré-sal da Bacia de Santos, e teve seu planejamento iniciado em 2014.

A nota da Petrobras publicada nesta terça-feira veio um dia após o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, reafirmar a jornalistas que faria apelo em reunião com o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, no fim da segunda-feira para adiar as medidas.

Na nota, a Petrobras informou que apresentou as informações ao ministro na véspera.

Além disso, a petroleira disse que apresentará ao Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) os detalhes sobre o planejamento da parada técnica da plataforma de Mexilhão. A reunião ocorrerá nesta quarta-feira e o objetivo é esclarecer dúvidas sobre eventuais impactos no setor elétrico.

(Por Marta Nogueira)